Caça que caiu no RN foi comprado na década de 1970 e alcança 6 vezes a velocidade do som

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aviões como o F-5M, que caiu nesta terça-feira (22) em Parnamirim, na Grande Natal, no Rio Grande do Norte, fazem parte da frota de caças da FAB (Força Aérea Brasileira) desde meados da década de 1970.

De fabricação norte-americana, em 30 de dezembro de 1973 a FAB adquiriu 79 caças Northrop F-5 em três lotes, a partir de um contrato avaliado na época em US$ 115 milhões (cerca de R$ 655,2 milhões no câmbio de hoje), segundo publicação no site da Força.

O primeiro lote foi recebido em 1975, com 42 aeronaves. Até esta terça-feira havia cerca de 50 aviões desse tipo no inventário da FAB.

Os F5 passaram a ser modernizados pela Embraer em 2005. O último reformado foi entregue em 2020, um ano antes da chegada dos quatro primeiros exemplares dos suecos F-39 Gripen –foram comprados 36 deles em 2014 que estão sendo entregues periodicamente para modernizar a frota.

Com a modernização foram implantados armamentos inteligentes com mísseis de alcance além do visual.

Além disso, com a padronização todas as aeronaves da frota passaram a ter a capacidade de realizar o reabastecimento em voo.

Com 14,45 metros de comprimento e 8,13 metros de envergadura, ele pode alcançar velocidade máxima de 1.960 Km/h, ou seja, quase seis vezes a velocidade do som, e tem capacidade para voar em um teto operacional de 15,8 mil metros. É um avião usado para defesa aérea e ataque.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Brasil estuda comprar caças norte-americanos F-16 usados para aposentar seus F-5 e os 30 AMX da frota.

O F5-M é uma das estrelas da Força Aérea Brasileira da Cruzex , que será realizado de 3 a 15 de novembro, com sede na Base Aérea de Natal.

A edição deste ano vai reunir 16 países, entre eles: Brasil, África do Sul, Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Equador, França, Itália, Paraguai, Peru, Portugal, Suécia e Uruguai.

Além do F5-M, a FAB participará do exercício de conflito com o F-39 Gripen, A1-AMX, A-29 Super Tucano, KC-390, entre outros.

Segundo a Força Aérea, o caça se acidentou nesta terça durante um voo de treinamento. O militar, antes de realizar o procedimento de ejeção da aeronave com sucesso, direcionou-a para uma região desabitada, havendo sido resgatado por equipe de salvamento da FAB.

Segundo o site Aeroin, o avião é o de matrícula FAB 4866. Entre outras missões, o caça foi usado na proteção da região amazônica –questionada, a Força não confirmou se foi esse avião o do acidente, nem sua base operacional.

ARMAMENTOS

– Foguetes 70 mm (SBAT 70, Skyfire, Mk4, Mk 40 e Mk 76);

– MAA IR AIM-9B SideWinder, MAA IR MAA-1 Piranha, MAA IR Rafael Python 3 e 4, MAA BVR Rafael Derby;

– 7 pontos de fixação para até 3.200 kg;

– 1 Colt Pontiac M39A3 de 20 mm (280 projéteis);

– Alvos rebocáveis Equipaer AV-CAA;

– Poder de exercício SUU 20A/A ou Equipaer EQ BRD-20;

– Pod. EW CT-51F Caiman;

– Sinalizador (flare) LU-2B;

– Bombas de exercício BEX-11 e PBB-24;

– Bombas convencionais série Mk81/82/83/84 e BAFG 230/460/920;

– Bombas incendiárias BINC-200 e BINC-300;

– Bomba BGL Elbit Lizard;

– Bomba GPS/INS AEQ SMKB-82

No acidente desta terça, a aeronave teve problemas nos motores e foram vistas labaredas saindo do avião.

O piloto conseguiu se ejetar antes de o caça colidir com o solo, gerando uma grande explosão e fumaça.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) investigará o acidente a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes para evitar que novas ocorrências semelhantes ocorram.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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