Governo de SP volta atrás e Museu da Casa Brasileira não tem mais para onde ir

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Museu da Casa Brasileira, o único do país dedicado a arquitetura e design, segue com um futuro incerto um ano e meio após ter deixado o Solar Fábio Prado, em São Paulo. O governo do estado de São Paulo desistiu de levar o acervo da instituição para a Casa Modernista, na Vila Mariana.

Em nota enviada à reportagem nesta terça-feira (22), a Secretaria Estadual da Cultura diz que o imóvel não é adequado para abrigar o museu em razão de suas limitações físicas. A pasta não respondeu onde pretende reinstalar o MCB nem quando ele será reaberto ao público.

O governo diz que o acervo, que está em uma reserva técnica, deve compor uma exposição, mas não detalhou quando ou onde isso acontecerá. A coleção é formada por móveis e objetos de design históricos, como poltronas e louças, além de quadros de artistas centrais do país, como Candido Portinari e Emiliano Di Cavalcanti.

As incertezas sobre o MCB começaram em abril do ano passado, quando ele perdeu a sua sede, que é administrada pela Fundação Padre Anchieta. O casarão foi doado à fundação por Renata Crespi em 1968, cinco anos após a morte de seu marido, Fábio da Silva Prado, ex-prefeito de São Paulo.

A fundação, que administra o imóvel, e o governo, que é responsável pelo museu, tinham um convênio que deveria durar até 2026, mas o acordo foi rompido. À época, a Secretaria de Cultura disse que a instituição voltaria a funcionar em 2025 na Casa Modernista, projetada por Gregori Warchavchik na década de 1920.

Desde a saída do Solar Fábio Prado, o circuito das artes teme que o Museu da Casa Brasileira não encontre mais um novo endereço. Não seria a primeira vez que isso aconteceria com um equipamento cultural do governo do estado de São Paulo.

Outrora um grande celeiro de jovens artistas e um dos maiores centros de experimentação estética do país, o Paço das Artes foi despejado do prédio que ocupou por 22 anos na Cidade Universitária em 2016, na gestão de Geraldo Alckmin.

Não só foram quatro anos até que o centro cultural fosse reconstruído como sua nova sede está muito aquém da anterior. Hoje, ele ocupa a garagem do antigo casarão de Nhonhô Magalhães, ao lado do shopping Pátio Higienópolis.

Para além da mudança no perfil do bairro e a distância com o campus da USP, o espaço corresponde apenas a um terço da área que tinha na Cidade Universitária.

MATHEUS ROCHA / Folhapress

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