Mais três ônibus são sequestrados e usados como barricadas no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Três ônibus foram sequestrados e usados como barricadas por criminosos na Tijuquinha e Muzema, comunidades da zona oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta quarta-feira (23).

A área é alvo de disputa entre milicianos que dominavam a região e traficantes do Comando Vermelho, que ocuparam parte das comunidades na última semana.

Policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e do Choque fizeram uma operação no local nesta quarta. Segundo o comando do Bope, agentes foram atacados a tiros em uma região de mata na Tijuquinha, e houve confronto. A polícia não registrou prisão ou apreensão e afirma que ninguém ficou ferido.

Os três ônibus foram usados para bloquear a estrada do Itanhangá. Os policiais retiraram os veículos e liberaram a via durante a manhã.

Criminosos têm sequestrado ônibus para obstruir ruas e impedir a passagem da polícia desde a semana passada. Segundo representantes das viações de ônibus, os suspeitos ordenam que os passageiros desçam e então tomam os veículos.

Em muitos casos eles roubam a chave e a bateria dos ônibus para dificultar a retirada dos veículos.

O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da cidade do Rio, calcula que 112 veículos foram sequestrados desde janeiro deste ano. Esse tipo de ação ocorre quase sempre para usar os ônibus como barricadas.

O governo do estado diz que estuda como usar o monitoramento em tempo real dos veículos para evitar retirar os ônibus de circulação.

Os casos passaram a ser frequentes na semana passada, quando policiais estiveram na Muzema e na Tijuquinha para impedir um tiroteio entre traficantes e milicianos. Um dos grupos armados sequestrou nove ônibus e os enfileirou para dificultar a ação da polícia.

Desde então, linhas de ônibus que trafegam pela região têm o itinerário alterado diariamente para evitar que circulem por ruas com mais risco.

Tijuquinha, Muzema e Rio das Pedras são comunidades à beira da lagoa da Tijuca, próximo aos bairros de Jacarepaguá e Barra da Tijuca. Sem a oferta regular de ônibus, moradores relatam que têm andado quilômetros para acessar outros meios de transporte públicos como metrô e BRT.

Alguns moradores relatam que têm optado por se deslocar por meio de balsas ilegais que operam na lagoa da Tijuca. A reportagem perguntou à PM se há fiscalização na lagoa, mas obteve resposta até a publicação deste texto.

Neste ano, a prefeitura concluiu licitação para operar barcas nas lagoas da zona oeste. O consórcio Lagunar Marítima foi o escolhido e deverá investir R$ 100 milhões no projeto, mas ainda não há prazo definido para sua implementação.

YURI EIRAS / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS