SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ciclone extratropical em formação sobre o Uruguai provocou rajadas de vento de até 133,2 km/h nesta quinta-feira (24) no Rio Grande do Sul. Esta ventania foi registrada entre às 12h e às 12h30 em Igrejinha, cidade de 35 mil habitantes.
O vento forte provocou queda de árvores e falta de energia. A prefeitura diz ter sido procurada por moradores com queixas de destelhamento, mas não houve vítimas. A cidade foi uma das atingidas pelas enchentes de maio no Rio Grande do Sul.
Segundo a Defesa Civil gaúcha, outros dois municípios registraram rajadas de vento com velocidade acima de 100 km/h: Eerechim (122 km/h) e Santa Maria (104 km/h).
Em Porto Alegre, o vento chegou a 83 km/h nesta quinta, diz o órgão estadual, com base em dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
A tempestade que deixou mais de 3 milhões sem luz de pessoas na região metropolitana de São Paulo há duas semanas teve rajadas de até 107 km/h.
O Inmet emitiu um alerta de grande perigo para tempestades no Rio Grande do Sul para esta quinta.
O aviso pega quase todo o estado do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina e o sudoeste do Paraná. Nesses locais, o instituto havia previsto chuva maior que 100 mm por dia, com ventos superiores a 100 km/h e queda de granizo.
Até o meio da tarde desta quinta, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul ainda não tinha informações sobre prejuízos no estado.
De acordo com a MetSulmeteorologia, um complexo cenário meteorológico envolvendo a formação do ciclone, a presença de ar quente, pressão atmosférica muito baixa e a atuação de uma corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera vai favorecer o episódio de tempo severo no Centro-Sul do Brasil até esta sexta (25).
Foi a queda na pressão atmosférica que vai dar origem a um ciclone extratropical no oceano é que formou a linha de instabilidade que provocou uma onda de temporais nesta quinta no Sul do Brasil, diz a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meterorologia.
Segundo ela, ciclogênese, que é p nascimento do ciclone, ocorre justamente na região entre Rio Grande do Sul e Uruguai, ou entre Argentina e Uruguai e Rio Grande do Sul. “Geralmente é nessa área que se formam ciclones para depois deslocarem frentes frias pelo restante do Brasil”, afirma.
“O nascimento desse ciclone deflagra uma onda de tempestades”, diz Sias, citando Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e o estado de São Paulo –a Defesa Civil estadual afirma que até às 17h houve registros de queda de árvores em cidades paulistas e no litoral.
FÁBIO PESCARINI / Folhapress