SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O velório de Adilson “Maguila” Rodrigues, o maior peso pesado do boxe brasileiro, começou às 8h, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Por volta das 9h30, a família do ídolo chegou ao local para se despedir.
Emocionada, a esposa de Maguila, Irani, abraçou amigos e fãs que compareceram logo cedo. Os filhos do ex-boxeador ficaram ao lado do caixão.
O velório Maguila ocorre na Alesp nesta sexta-feira (25). A cerimônia será encerrada ao meio-dia.
Os fãs Gilberto Ferreira, 50, da Bela Vista, e Antônio da Paz, 68, de Santo André, levaram cartazes com imagens do boxeador. “Vim me despedir do grande Maguila e prestar minhas homenagens”, disse Paz.
Depois, um cortejo vai levar o corpo para São Caetano do Sul, onde haverá um cerimonial na Ossel.
O pugilista vinha sofrendo de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013, e procurava minimizar os sintomas com um tratamento a base de canabidiol.
Maguila não chegou à disputa de um dos principais cinturões mundiais embora tenha conquistado o irrelevante título da Federação Mundial de Boxe, mas, quando se fala de carisma, teve poucos rivais entre atletas brasileiros, o que também o ajudou a conquistar uma legião de fãs.
DOENÇA DO PUGILISTA
Doença provocada por repetidos traumatismos na cabeça ou no crânio, a encefalopatia traumática crônica, ou demência do pugilista, que acometeu Maguila, morto nesta quinta (24), pode afetar também praticantes de outros esportes.
Embora seja associada a boxeadores, há estudos apontando que praticantes de outros esportes de luta, do rugby, do futebol, entre outros, além de militares que passam por treinos que envolvam impacto na cabeça, podem ser alvos da doença.
Segundo o neurologista Vitor Tumas, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, todo trauma repetido de crânio pode predispor a pessoa a ter doenças degenerativas de uma forma geral, como Parkinson.
A exposição repetitiva ao traumatismo de crânio pode ocorrer em pancadas, golpes e sacudidas na cabeça, situações que fazem com que o cérebro se mova bruscamente dentro da caixa craniana.
“Podem ser traumas até leves, o que importa é o quanto isso é repetido”, diz ele. Segundo ele, o conhecimento sobre o impacto desses traumas no desenvolvimento de doença degenerativas levou a mudanças nas regras esportivas.
ANA PAULA BRANCO / Folhapress