SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Zé Carlos, que teve um infarto fulminante e morreu nesta sexta-feira, teve uma reação inusitada quando foi avisado que iria para a Copa do Mundo de 1998: “Até ele pareceu surpreso”, conta o supervisor da seleção, Américo Faria, que fez o contato.
“O jogador que estava se destacando naquele momento era o Zé Carlos. Fiz a ligação e, a princípio, ele ficou meio surpreso, Eu até disse: ‘Pode ligar para o Zé Carlos do São Paulo (gerente de futebol na época) que ele vai confirmar para você a sua convocação'”, disse Faria.
Zé Carlos foi convocado às vésperas do Mundial pelo então técnico Zagallo. Ele ocupou a vaga do meio-campista Flávio Conceição, que havia lesionado o joelho.
“O Zé Carlos era um jogador muito simples, até de uma certa forma muito ingênuo, muito tranquilo, muito contador de histórias. O grupo ficou bastante enriquecido com ele porque essa questão de ficar leve em uma disputa que o foco é muito importante é bom para o grupo. Foi recebido muito bem”, disse Américo Faria.
Lateral do São Paulo campeão paulista de 1998, Zé Carlos foi a maior surpresa da seleção em 1998.
Durante o mundial, entrou em campo na semifinal contra a Holanda, substituindo o titular Cafu, suspenso. Sua atuação manteve o ritmo do time, contribuindo para a chegada da seleção à final contra a França.
Zé Carlos foi encontrado sem vida na casa dos pais em Osasco (SP). Ele deixa pais, duas irmãs, dois filhos e uma noiva.
VANDERLEI LIMA / Folhapress