SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Baixada Santista registrou o menor número de assaltos para os primeiros oito meses de um ano desde 2001, quando a SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) começou sua série histórica. Os municípios de Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente e Guarujá compõem a região.
Foram 7.100 crimes do tipo de janeiro a agosto de 2024. O número é 24% menor do que os 5.396 registrados em 2023.
A Baixada ainda registrou a segunda menor marca da história em homicídios dolosos, ou seja, mortes intencionais. De janeiro a agosto deste ano, foram 82. Em 2020, ano com menos casos, houve 78.
Roubos de carga e de mercadorias também recuaram 34% no período. O índice segue uma tendência de queda observada em todo o estado.
Em Santos, cidade mais populosa da região, os assaltos tiveram 27,5% de redução em relação ao mesmo período de 2023, atingindo a terceira menor marca para o crime em 24 anos. Praia Grande teve ainda outro destaque: os roubos de veículos atingiram o menor patamar em 24 anos, com 72 casos até agosto.
São Vicente registrou apenas nove homicídios dolosos de janeiro a agosto, a menor marca desde 2001.
Já no Guarujá, os furtos e roubos de veículos tiveram o menor índice da história para um período de oito meses. Foram 113 furtos, e 29 roubos de carros, motos ou caminhões. Reduções de 35% e 44%, respectivamente, em relação ao período homólogo.
Ainda lá, os assaltos em geral fecharam o período com 1,2 mil registros policiais, redução de 37% na comparação com os oito meses do ano passado –segunda menor marca em 24 anos.
Guilherme Derrite, secretário da segurança pública paulista, diz que a Baixada Santista sempre foi uma prioridade da gestão.
“Aumentamos o efetivo e os investimentos em estrutura e tecnologia para que as Polícias Civil e Militar pudessem atuar”, afirma. “Paralelo a isso, o policiamento ostensivo e as investigações levaram à cadeia criminosos que exerciam funções de liderança.”
Derrite, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), liderou na Baixada Santista uma das intervenções policiais mais letais de São Paulo neste século, a Operação Escudo, depois chamada de Operação Verão.
Ela foi deflagrada em 28 de julho de 2023 após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, que integrava a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), batalhão de elite da PM conhecido pelo alto índice de letalidade.
Diferentes fases da ação, deixaram um saldo oficial de 93 mortos por policiais. Se considerados todos os casos em que a PM matou nas cidades da região, inclusive quando agentes estavam de folga, chega-se ao total de 110 mortes.
Há diversas denúncias de mortes de inocentes e pessoas desarmadas pelos agentes. Moradores daquela área também relataram ameaças e invasões a residências práticas por policiais.
BRUNO LUCCA / Folhapress