SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo pediu à Polícia Civil que seja aberto um inquérito para investigar os médicos acusados de bater ponto sem trabalhar no Hospital Heliópolis, na zona sul da capital.
Paulo Henrique Castex, da 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, disse à polícia haver necessidade de imediata oitiva de todos os envolvidos e busca de possíveis testemunhas. Ele também pediu o estudo de possíveis sanções administrativas pela Promotoria do Patrimônio Público.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informa que o 95º DP (Heliópolis) já recebeu o ofício do Ministério Público e iniciou as diligências.
Segundo denúncia apresentada à Secretaria Estadual da Saúde no início da última semana, Lawrence Aseba Tipo, urologista, e o cardiologista Fulvio Alessandro Souza, registravam sua entrada na unidade de saúde e deixavam o local em seguida. Há, porém, mais nomes suspeitos da mesma prática, apurou a Folha. A defesa dos citados não foi encontrada.
O governo Tarcísio de Freitas (Progressistas) abriu sindicância para investigar o caso, e o diretor do hospital, Abraão Rapoport, foi exonerado do cargo na terça-feira (23).
“Após as graves denúncias que vieram a público a respeito do Hospital Heliópolis, o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, determinou a exoneração do diretor. Foi também aberta sindicância para apurar todos os casos mencionados e determinar responsabilidades. O assessor direto do secretário, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, será diretor interino do Hospital”, disse a secretaria da saúde.
O Complexo Hospitalar Heliópolis, mais popularmente conhecido como Hospital Heliópolis, foi fundado em 1969 e conta atualmente com 330 leitos, sendo 94 leitos de cirurgia geral, 40 leitos de clínica médica, 32 leitos de neurocirurgia.
A unidade integra a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer e possui um centro de referência em radiologia e radioterapia, que atende a população da zona sul de São Paulo e dos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá, principalmente.
BRUNO LUCCA / Folhapress