Hemocentro de Ribeirão Preto vai receber mais de R$ 7 milhões para avançar em terapia celular no tratamento do lúpus

Valor é como forma de premiação à melhor avaliação de Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão

Hemocentro de Ribeirão Preto | Foto: Divulgação USP

O Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP vai receber mais de R$ 7 milhões para investir nos estudos com as células CAR-T, com foco no lúpus eritematoso sistêmico. Segundo o professor Diego Villa Clé, um dos coordenadores da iniciativa, esse deve ser o início de uma nova etapa para a terapia celular, que pode ser usada para combater outras doenças, como as autoimunes, e não só o câncer.

“O financiamento é parte essencial para seguirmos com os estudos clínicos utilizando as células CAR-T produzidas no Hemocentro de Ribeirão Preto e expandir a terapia celular, neste caso, para o tratamento de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. Pode ser um grande avanço para a medicina brasileira”, destaca o docente da FMRP e coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), sediado no Hemocentro.

A pesquisa clínica será conduzida nos próximos anos no Hospital das Clínicas da FMRP, sob a coordenação da professora Maria Carolina de Oliveira Rodrigues e do professor Paulo Louzada Junior, e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo, pela professora Eloisa Bonfá e a médica Luciana Parente Costa Seguro.

O resultado do edital que deu origem aos recursos foi divulgado no último dia 21 e o projeto do Hemocentro de Ribeirão Preto foi aprovado com a maior nota dentre os participantes da Chamada Nº 33/2024 – Genômica e Saúde Pública de Precisão, promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Genomas Brasil, Ministério da Saúde e governo federal.

Lúpus eritematoso sistêmico

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória crônica, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva, em meses, ou mais rapidamente (em semanas), e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão, como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.

O projeto aprovado participou do edital pela linha de Produtos de Terapias Avançadas (PTA): pesquisas nas temáticas de doenças tropicais negligenciadas, neurodegenerativas, doenças crônicas não transmissíveis e doenças relacionadas ao envelhecimento, que visem ao desenvolvimento de PTA.

**Por Jornal da USP

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