Nunes tem 1 milhão de votos a mais que Boulos e supera temor mesmo com abstenção recorde

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ricardo Nunes (MDB), 56, foi reeleito prefeito de São Paulo neste domingo (27) ao conquistar 59,35% dos votos válidos e derrotar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), 42, que somou 40,65%.

Quatro anos atrás, sem o PT em sua coligação e com uma receita de campanha muito menor, Boulos perdeu por quase a mesma diferença para Bruno Covas (PSDB), que tinha Nunes como seu vice. Em maio de 2021, após Covas morrer de câncer, Nunes assumiu a prefeitura paulistana.

Sem marca forte em sua gestão, o emedebista montou um arco amplo de alianças partidárias e se lançou candidato à reeleição com o apoio formal do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), enaltecido por Nunes como “líder maior” no discurso da vitória, e de Jair Bolsonaro (PL) —que se manteve afastado da campanha e foi citado de forma tímida nos agradecimentos do prefeito reeleito.

No primeiro turno, o emedebista teve dificuldades para atrair parte expressiva dos eleitores bolsonaristas e viu São Paulo ter a disputa mais acirrada de sua história. Na ocasião, Nunes com 29,48%, Boulos com 29,07% e Pablo Marçal (PRTB) com 28,14%.

Agora, no entanto, o prefeito alcançou pouco mais de 1 milhão de votos a mais que seu adversário: teve 3.393.110, contra 2.323.901 de Boulos. O deputado do PSOL concorreu com a bênção do presidente Lula (PT) e teve uma receita de campanha que ultrapassou R$ 81 milhões (contra R$ 9,7 milhões em 2020 em valores corrigidos pela inflação).

Nunes também acabou superando um fator que preocupava sua campanha: a abstenção, que foi a maior da história em um segundo turno de eleição municipal na cidade de São Paulo. Deixaram de votar 31,54% dos eleitores, contra 30,81% do recorde anterior, de 2020, atribuído na época à pandemia da Covid-19.

Derrotado, Boulos acusou Nunes e Tarcísio de terem abusado do poder político e pediu que a Justiça Eleitoral os declare inelegíveis. A ação tem como base o fato de o governador, em meio ao processo eleitoral e sem apresentar provas, ter afirmado que a facção criminosa PCC orientou voto no psolista.

A vitória de Nunes reforça o capital político de Tarcísio, mantém a centro-direita à frente da maior cidade brasileira e ajuda a consolidar o avanço desse campo em todo o país.

Partidos de centro e centro-direita, maiores vencedores no primeiro turno, repetiram o desempenho neste domingo, quando mais de 30 milhões de eleitores se mobilizaram nas 51 cidades em que houve segundo turno.

As disputas nas capitais ilustram o ponto. O PSD, partido de Gilberto Kassab, levou Belo Horizonte, com Fuad Noman, e Curitiba, com Eduardo Pimentel, cidades expressivas econômica e eleitoralmente.

Ao todo, o PSD conquistou cinco capitais, mesmo número obtido pelo MDB. As duas agremiações foram as que venceram mais municípios no primeiro turno e, agora, também as que tiveram mais sucesso nas capitais.

Partidos de esquerda, por sua vez, ganharam o segundo turno em apenas uma: Fortaleza. Mas foi um troféu importante, porque o petista Evandro Leitão superou André Fernandes (PL), em um confronto direto entre as siglas de Lula e Bolsonaro.

À direita, o PL teve suas expectativas frustradas em capitais: concorreu em nove, mas venceu em apenas duas —em uma delas, Cuiabá, Abilio Brunini superou o petista Lúdio Cabral.

Redação / Folhapress

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