Economistas preveem inflação acima do teto da meta pela primeira vez no ano

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os economistas ouvidos pelo Banco Central subiram novamente a previsão para a inflação e o dólar neste ano.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve terminar 2024 em 4,55%, aumento de 0,05 ponto percentual em relação à última semana, de acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28).

A elevação nesta segunda-feira fez com que a previsão superasse o teto da meta de 3% estabelecida pelo BC, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. É a primeira vez no ano que essa situação ocorre.

A perspectiva vem subindo desde 15 de julho, quando estava em 4%. Desde então, foram 14 de 15 semanas registrando alta, sendo as últimas quatro de forma consecutiva.

Os analistas também subiram o IPCA para 2025 de 3,99% para 4%, e manteve em 3,6% e 3,5% para 2026 e 2027, respectivamente.

Na última quinta-feira (24), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou a 0,54% em outubro, após marcar 0,13% em setembro. No acumulado de 12 meses, o índice acelerou a 4,47%. A variação era de 4,12% até setembro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação ficará dentro do limite da meta. “Embora os núcleos [da inflação, que desconsideram preços de energia e alimentos] tenham apontado uma variação superior à esperada, a inflação deve ficar dentro da meta. No meu ponto de vista, [a alta] tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que propriamente com algum impulso maior nos preços reiterados”, disse Haddad em entrevista a jornalistas em Washington.

Já o presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que o dado do IPCA-15 veio pior que o esperado, destacando que o mercado está mais “cético” em relação ao quadro fiscal.

Além da inflação, os economistas elevaram a previsão do dólar para R$ 5,45. Na semana passada, ela estava em R$ 5,42.

A expectativa do PIB também subiu de 3,05% para 3,08%, sendo mantida nos três anos seguintes em 1,93% (2025) e 2% (2026 e 2027).

Já a perspectiva para a Selic permanece a mesma pela quarta semana seguida, com 11,75%. Os economistas mantêm a previsão que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC subirá a taxa em 0,5 ponto percentual em cada uma das duas reuniões que restam no ano: a primeira será na próxima semana e a segunda, em dezembro.

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Com informações de Luciana Rosa

FERNANDO NARAZAKI / Folhapress

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