VW vai demitir milhares e fechar ao menos 3 fábricas na Alemanha

BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – A maior fabricante de automóveis da Alemanha, a Volkswagen AG, deve fechar ao menos 3 de suas 10 fábricas no país e dispensar milhares de trabalhadores, revelou nesta segunda-feira (28) a presidente do conselho de empregados da empresa, Daniela Cavallo.

“A direção da VW está falando sério, não é uma barganha de mesa de negociação”, disse a representante dos funcionários para centenas deles no pátio da fábrica em Wolfsburg, sede da empresa. “O maior grupo industrial da Alemanha está iniciando uma liquidação em seu próprio país.” Em setembro, a empresa levantou a possibilidade de fechar fábricas, o que provocou forte reação de empregados, políticos e opinião pública alemães.

Além do fechamento das plantas e dos postos de trabalho, a empresa planeja um corte horizontal de 10% em todos os salários e a suspensão de bônus e benefícios. Exige também o congelamento de salários por dois anos, enquanto o poderoso sindicato IG Metall quer 7% anuais. A negociação coletiva começa na quarta-feira (30), quando a empresa também divulga seu balanço. A expectativa do mercado é de prejuízo considerável.

A VW emprega 120 mil pessoas na Alemanha e, há algumas semanas, desfez um acordo de três décadas de estabilidade para os empregados, que poderão ser dispensados a partir de 2025. Como diversas outras montadoras, a marca vem enfrentando dificuldades na transição para os carros elétricos e a concorrência de modelos chineses.

Cavallo, que lidera a representação de funcionários no conselho da empresa, declarou ainda que a VW tem planos de reduzir operações por toda a Europa e transferir parte delas para fora o exterior. Não ficou claro se fazia referência a subsidiárias, como a Volkswagen do Brasil.

“Todas as fábricas alemãs da VW são afetadas por esses planos. Nenhuma está segura”, declarou a representante, filha de um casal de italianos que se mudou nos 1970 para Wolfsburg para trabalhar na empresa, então uma das potências da reconstrução alemã no pós-guerra. A sede emprega 60 mil pessoas na cidade, que existe em sua função.

“Nenhum de nós aqui pode mais se sentir seguro”.

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE / Folhapress

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