SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após seis horas, o Corpo de Bombeiros conseguiu controlar as chamas que consomem o no Shopping 25 Brás, na altura do número 300 da rua Barão de Ladário, no Brás, região central de São Paulo, desde a madrugada desta quarta-feira (30).
Segundo o capitão Maycon Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, o incêndio no prédio que tem uma área de 18 mil metros quadrados foi controlado por volta das 12h50. A corporação foi chamada às 6h30. As chamas se alastraram rapidamente e o teto desabou por volta das 8h.
“Está controlado o incêndio. Isso significa que não há mais risco de o fogo se propagar para os prédios vizinhos, mas ainda há muito fogo e muito material para queimar dentro do prédio”, disse o capitão Maycon Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
Ele explicou que o combate às chamas ocorre pelo lado de fora. Os bombeiros subiram nos prédios ao redor para fazer o resfriamento e confinar as chamas apenas dentro do prédio do shopping.
Os bombeiros atuaram no local com 24 viaturas e 76 agentes. Eles confinaram as chamas, para que não atinjam as edificações próximas, que foram evacuadas. Ainda há focos no interior do prédio. Uma grande coluna de fumaça densa e escura cobre a região e pode ser vista de diversos bairros de São Paulo.
De acordo com o capitão Maycon Cristo, a população tentou combater o fogo antes de ligar para pedir socorro. O motorista Denilson Sampaio, 53, foi um dos primeiros a perceber o incêndio e disse que o fogo começou em uma loja de duas portas no térreo do shopping, que ainda estava fechada no fim da madruga desta quarta.
“Eu comecei a chamar o povo para ajudar e decidimos arrombar a porta”, disse ele. Ele relatou que os trabalhadores das lojas próximas, que já estavam abertas, ficaram tranquilos.
“Todo mundo achou que era algo simples, pequeno. Quando arrombamos a porta e começamos a levantar, o pessoal apareceu com três extintores e começou a usar, mas nem conseguimos terminar de levantar a porta porque tinha muito fogo”, afirmou. Segundo o motorista, logo depois, uma loja ao lado também começou a pegar fogo.
“A fumaça começou a tomar conta dos corredores. A fumaça expulsou o povo. Mas não houve correria porque ainda não estava lotado. A gente achou que era uma coisa pequena”, disse.
Muitos consumidores circulavam pelo bairro quando o fogo começou, já que este é um dos principais horários de funcionamento do comércio local. No entorno do local também havia uma movimentação intensa de pessoas, que conseguiu deixar a região antes que o fogo se alastrasse.
Donos de prédios da região contrataram caminhões-tanque para ajudar a conter o incêndio. O chefe do Corpo de Bombeiros disse que “os prédios do entorno contrataram esses caminhões e mandaram para a gente por vontade própria”. “A gente está tranquilamente utilizando a água fornecida pela Sabesp. Eles acharam interessante contratar, se fazer presente e a gente recebeu”, disse.
Porém, Defesa Civil, da prefeitura, afirma que o fogo começou no segundo pavimento e o foco maior está no primeiro andar. O órgão afirma que não há risco de colapso estrutural total e acompanha o combate ao fogo.
Ao menos 200 pequenas lojas podem ter sido danificadas, de acordo com estimativa da Defesa Civil.
“A gente imagina que esse shopping popular estava preparado para as festividades de final de ano. Os estoques estavam cheios. Então, ainda tem muito material para queimar”, afirmou Maycon Cristo.
Segundo a prefeitura, três pessoas precisaram de atendimento por inalarem fumaça e estão estáveis. Elas foram encaminhadas ao PS do Hospital Tatuapé e receberam hidratação. Os Bombeiros descartam que possa haver vítimas no prédio.
As causas do incêndio ainda são desconhecidas e serão apuradas após o controle das chamas.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que sua gestão deve fazer uma força-tarefa para avaliar a situação dos imóveis na região.
“Eu pedi para a minha equipe fazer ali uma força-tarefa, constituir um grupo para fazer uma análise em todos aqueles prédios”, disse Nunes, após o incêndio.
Com esta força, Nunes admitiu a possibilidade de interditar imóveis considerados em situação de risco ou abandono.
“Com essas análises, a minha equipe junto com o Corpo de Bombeiros pode orientar as pessoas, interditar aqueles prédios que possam vir a gerar algum risco de incêndio ou de algo que não seja seguro para as pessoas”, afirmou Nunes.
As autoridades determinaram o fechamento das lojas ao redor da área do incêndio. Comerciantes baixaram as portas e tentam retirar o máximo possível de seus materiais que estão no estoque.
Segundo a Prefeitura, o certificado de segurança do Shopping 25, emitido pelo Contru, foi aprovado em 2022 e é válido até 2027. Já o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) está vencido desde agosto deste ano, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) interditou o quarteirão. Há bloqueios nos cruzamentos da rua Barão de Ladário com as ruas Oriente e João Teodoro, na rua Júlio Ribeiro com a rua Muller, rua João Teodoro com a rua Monsenhor de Andrade e av. do Estado com a rua São Caetano. O desvio é feito pela rua Oriente, rua Rubino de Oliveira, seguindo pela av. Celso Garcia. A CET recomenda que os motoristas evitem a região.
Sete linhas de ônibus que passam pela região também foram desviadas, de acordo com a SPTrans.
A Enel afirmou que equipes foram enviadas ao local do incêndio. A rede da área afetada foi desligada para eliminar risco elétrico.
É o segundo incêndio esta semana no bairro, onde fica uma das principais regiões comerciais de São Paulo.
No domingo (27), um incêndio atingiu um prédio comercial no Brás. O fogo se concentrou no último pavimento de um edifício, que correu risco de desabamento.
CRISTINA CAMARGO E FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress