SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Waze pretende facilitar o trabalho dos motoristas colaboradores que alimentam o app com informações sobre o tráfego, permitindo que os alertas sejam feitos por voz. Isso será possível graças a uma integração da IA do Google, Gemini, ao aplicativo.
A atualização começa a estar disponível em inglês, de forma gradual, a partir desta quinta-feira (31). No app, é possível indicar onde há acidentes, radares de velocidade, obras e blitze da polícia. O usuário precisará apertar o botão de alerta e falar seu relato.
A medida irá ampliar a gama de comandos por voz já disponíveis no app, via Google Assistant, que permitiam, por exemplo, pedir as direções para casa sem precisar escrever.
A expansão para outros idiomas ocorrerá nos próximos meses, diz a empresa. A tecnologia estará disponível em aparelhos Android e IoS (da Apple).
O diferencial da plataforma em relação aos concorrentes Google Maps (do mesmo dono) e Apple Maps é, justamente, a disponibilidade de informação em tempo real, publicada pelos próprios usuários.
“Deixar os alertas por voz de forma natural é o futuro, e devemos levar isso também ao Google Maps, mas ainda não há uma data”, disse, em entrevista coletiva, a vice-presidente de Google Maps, que também lidera o Waze, Miriam Daniel.
A equipe do Waze apresentou um vídeo mostrando como a funcionalidade permite que motoristas interajam com o aplicativo sem precisar tirar as mãos do volante. O personagem escolhido foi um taxista, uma categoria que normalmente trabalha com o aplicativo aberto.
Questionados sobre planos do Google para remunerar os editores e redatores voluntários do Google Maps e do Waze, Daniel desconversou. “Temos uma comunidade muito entusiasmada, que contribui com o nosso app por um sentimento de solidariedade.”
A funcionalidade ainda está em fase de testes e deve melhorar, afirmou o diretor global do Waze, Gai Berkovich.
A atualização fez parte de uma série de anúncios do Google sobre inteligência artificial em mapas. O aterramento do modelo de IA Gemini aos dados geoespaciais das plataformas, que restringe as respostas apenas às informações disponíveis, foi o que permitiu a implementação da tecnologia.
A big tech também deve integrar uma janela com o assistente Gemini ao Google Maps, para permitir que as pessoas busquem informações sobre locais de forma mais natural. De acordo com a empresa, a IA também indicará links de referências de portais da web, caso a pessoa queira se aprofundar.
“Será possível perguntar sobre preços, horários, se há um menu amigável para crianças e tirar outras dúvidas cotidianas”, disse Daniel.
Em novembro, um grupo de testadores também terá acesso a uma IA integrada ao Google Earth. A ferramenta permitirá fazer pesquisas sobre informações geoespaciais sem usar programação. Será possível, por exemplo, perguntar quantos hospitais existem em uma parte de uma cidade, usando frases simples.
PEDRO S. TEIXEIRA / Folhapress