RIO DE JANEIRO (UOL/FOLHAPRESS) – O apito final do árbitro Piero Maza em Peñarol 3×1 Botafogo, no uruguaio Estádio Centenário, nesta quarta-feira (3), colocou o time brasileiro em um dos pontos mais altos de sua história: a final inédita da Libertadores. Há 1100 dias e a 2,7 mil km de distância, no entanto, a história era bem diferente.
O dia 26 de outubro de 2021 marcou o empate dos cariocas diante do Goiás, em jogo válido pela 32ª rodada da Série B do Brasileirão daquela temporada.
A partida foi disputada no simpático Hailé Pinheiro, em Goiânia -bem longe do suntuoso palco do duelo que deu ao Botafogo a vaga para disputar a final da Libertadores pela primeira vez em sua história.
O 1 a 1 acabou rotulado como tropeço pelo fato de o time, até então treinado por Enderson Moreira, desperdiçar a chance de assumir a liderança da Série B. Joel Carli, ícone daquele elenco e hoje coordenador do clube, balançou as redes para os visitantes, e Hugo, hoje no Corinthians, marcou para os mandantes.
O empate fez o Botafogo deslanchar: na rodada seguinte, os cariocas venceram e, depois, assumiram a liderança até a conquista do título. Aquela arrancada gerou um salto ainda maior…
A SAF chegou no ano seguinte e, aos poucos, fez uma verdadeira revolução. Com investimento pesado, John Textor alavancou o patamar da equipe, que fechou aquele Brasileirão na 11ª posição já contando com nomes como Tiquinho Soares, Júnior Santos e Victor Cuesta.
O ano de 2023 teve ilusão e (muita) decepção. Depois de ganhar a Taça Rio, o time ficou perto de faturar o principal torneio nacional, mas bobeou em duelos decisivos nas rodadas finais, afundou e terminou em 5° lugar.
O projeto, no entanto, ganhou mais força ainda diante da fome de títulos na atual temporada. As investidas de Textor não pararam -prova disso foram as chegadas de Luiz Henrique, Almada e Igor Jesus-, e o Botafogo, 1100 dias e três anos depois daquele empate amargo na Série B, alcançou seu auge: finalista da Libertadores, isso sem falar na liderança do Brasileirão sob comando de Artur Jorge.
A cereja pode ser colocada no bolo no dia 30 de novembro, quando os cariocas enfrentam o Atlético-MG na decisão do torneio continental. O palco é o Monumental de Núñez, também bem longe daquele Hailé Pinheiro, estádio que gerou frustração e acabou iniciando uma mudança que reacendeu a história do clube de tradições aos milhões.
BRUNO MADRID / Folhapress