SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O brasileiro Felipe Drugovich não vai “largar o osso” da Fórmula 1 tão fácil. O reserva de Fernando Alonso na Aston Martin teve convites de outras categorias, mas está decidido a continuar a luta pelo sonho de ingressar no principal campeonato de automobilismo.
“Você está, no caso, há 16 anos brigando pela mesma coisa, lutando por isso… Não vou largar o osso assim tão fácil. E acho que, no momento, eu me sinto ainda bem rápido para continuar tentando”, declarou Drugovich, em coletiva da Aston Martin no GP de São Paulo.
Drugovich rejeitou uma proposta bem atraente da IndyCar, ao final da temporada passada, para continuar firme na busca por vaga na F1. No início deste mês, o brasileiro chegou a fazer um teste na categoria, pela Ganassi, e completou mais mais de 100 voltas no Alabama (EUA).
“Desde que eu comecei no kart, tudo que eu fiz é para estar na Fórmula 1 e deixar isso assim, só porque eu tive uma oportunidade em outro lugar, sendo que eu posso ter essa oportunidade em outros anos, acho que é uma decisão meio estranha, para dizer a verdade. Eu realmente não tenho medo de perder algumas oportunidades, sendo que eu estou lutando pelo meu sonho. Muita gente fala que isso daí é errado, que não sei o quê, que tenho que deixar a Fórmula 1. Mas acho que ninguém se coloca na minha posição.”
CONVERSAS COM A SAUBER
Felipe confirmou os contatos com a Sauber ao longo de toda a temporada, porém não demonstrou otimismo em relação ao acerto. Isso porque o chefe da equipe, Mattia Binotto, ex-Ferrari, mantem muitos pilotos no radar.
“Eu tive conversas, sim. Esse ano, o ano inteiro, eu tive conversa com a Sauber. Não sei se vai rolar ou não. É que nem eu falo, né? Acho que sempre tem eu e mais a torcida do Flamengo inteira falando com o Binotto. Então acho que não tem muito o que pensar agora. Logicamente, se for escolhido, bom, mas não é o meu foco principal”, comentou.
“Acho que é tudo uma questão mental, né? Se eu ficasse contando com isso o tempo inteiro, eu não estaria pronto, talvez, para fazer um trabalho de reserva aqui, como seria se ia acontecer aqui ou não. Então, eu acho que isso é uma coisa que eu tenho que, logicamente, tentar ter outras opções fora daqui, mas, ao mesmo tempo, não ser meu foco principal. E o ‘outcome’ disso daí, eu ainda não faço ideia”, completou.
ANSIEDADE PARA O GP DE SÃO PAULO
Drugovich admite que a possibilidade de fazer sua estreia no Autódromo de Intergalos gera mais ansiedade do que o normal. Fernando Alonso, titular da Aston Martin, teve uma infecção intestinal e foi à Europa para se cuidar antes do GP de São Paulo.
“Normalmente, eu sou um cara muito calmo, mas isso deixa um pouco ansioso. Não é uma coisa que é normal para mim, mas acho que, de qualquer forma, a gente é preparado para isso. Tento me preparar o máximo possível, seja qualquer corrida que eu faço, como reserva também, caso precise substituir. Tudo que eu tenho feito para me preparar para essa corrida é igual às outras também, me mantendo pronto, seja tecnicamente e mentalmente também”, disse Drugovich.
O espanhol deve chegar em solo brasileiro ainda nesta quinta-feira (31), mas sua condição de saúde ainda é incerta. Se ele não estiver bem, há a possibilidade de Felipe assumir o lugar dele na prova.
“Sinceramente, eu não sei ainda [a possibilidade de ser titular]. Vai depender tudo dele. Pelo que divulgaram, ele vai de qualquer jeito tentar voltar pra cá e acho que está voltando. Mas vai depender do bem-estar dele. Pode ser que ele chegue aqui e esteja bem, pode ser que ele não esteja, então tem que esperar um pouco mais.”
Redação / Folhapress