SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cada dia, o caso dos irmãos Menendez, acusados de matar os pais de forma brutal em 1996, ganha novos contornos. Os dois são retratados numa série, lançada em setembro, e num documentário, ambos da Netflix.
O passo mais recente do caso é que agora há uma data para uma nova audiência: será no dia 11 de dezembro. Após avaliação de provas, ambos poderão ser soltos imediatamente. Dentre as alegações do advogado está o pedido de alteração da condenação de assassinato para homicídio culposo.
Caso isso seja feito, sairiam do presídio, já que cumpriram três vezes mais o tempo proposto para esse tipo de crime.
ENTENDA O QUE TEM ACONTECIDO NO CASO
Roy Rosselló, de 54 anos, ex-integrante da formação clássica do grupo porto-riquenho Menudo, trouxe, pela primeira vez em 34 anos, um fato novo para a defesa dos irmãos Menendez, Erik e Lyle. O cantor e missionário disse ter sido drogado e estuprado por José Menendez, pai deles, na casa da família.
O depoimento de Roy dá mais força à defesa original dos irmãos Menendez, que sempre disseram ter agido em legítima defesa, pois acreditavam que seriam mortos pelos pais quando ameaçaram levar o abuso ao público.
Em outubro, a família de Lyle e Erik Menendez realizou uma coletiva de imprensa para pedir ao então promotor público George Gascón que libertasse os irmãos, condenados a prisão perpétua.
A equipe de defesa dos irmãos argumentou que novas evidências mostravam que eles foram vítimas de abuso sexual por parte do pai, o empresário Jose Menendez.
Anamaria Baralt, uma prima dos dois, disse que eles foram “vítimas de uma cultura que não estava pronta para ouvir”. “Lyle e Erik merecem uma chance de se curar. Nossa família merece uma chance de se curar com eles.”
No final de novembro, aconteceria uma audiência para decidir se os dois teriam um novo julgamento.
O caso, porém, ganhou novos contornos uma semana depois quando George Gascón decidiu que haveria uma antecipação da decisão de analisar um habeas corpus que poderia libertar os dois.
“Pretendo ter uma decisão até o final desta semana, que é o que prometi quando começamos a receber muitas perguntas. Estávamos analisando este caso há mais de um ano, a propósito”, disse ele em entrevista à CNN americana.
A forte repercussão da série e a pressão por parte dos fãs fizeram com que ele alterasse a data de análise do recurso. “Tínhamos marcado uma data no final de novembro para discutir sobre o habeas corpus, mas dada a atenção pública a este caso, tentei chegar a uma decisão antes disso e farei isso”, comentou.
Os irmãos foram mantidos em prisões separadas pelos primeiros 22 anos da sentença. Hoje, estão no mesmo presídio, no sul da Califórnia, perto de San Diego. Lyle e Erik têm 56 e 53 anos, respectivamente, e já passaram 34 presos.
LEONARDO VOLPATO / Folhapress