PELOTAS, RS (FOLHAPRESS) – O Copom (Comitê de Política Monetária) define nesta quarta-feira (6) qual será a próxima taxa básica de juros vigente no Brasil. A reunião de autoridades do BC (Banco Central), segundo especialistas, deve ser a segunda deste ano a aumentar a Selic.
Economistas ouvidos pela reportagem veem necessidade de um choque maior de juros para levar a inflação para a meta devido a uma série de fatores, sobretudo ao risco fiscal, e esperam uma alta de 0,5 ponto percentual nesta semana.
A piora no cenário econômico nos últimos 45 dias é o motivo apontado para a aceleração do ritmo de alta de juros. A depreciação cambial, diante de incertezas no ambiente internacional com as eleições nos Estados Unidos, a piora adicional nas expectativas de inflação e a resiliência da atividade econômica colocam pressão extra sobre a decisão.
Os economistas ouvidos pelo BC para o boletim Focus também previram alta mais acelerada da Selic no levantamento desta semana, divulgado na segunda-feira (4). Os analistas esperam, ainda, um novo aumento de 0,5 ponto percentual na reunião do Copom de dezembro o que levaria a Selic a terminar o ano em 11,75%.
Em eventos nas últimas semanas em Washington, os membros do BC alertaram repetidas vezes que o risco fiscal adicionou prêmios às expectativas e aos preços de ativos e que, se não houver um choque positivo nas contas públicas, não será possível diminuir a Selic.
A última reunião, em setembro, elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado, com Gabriel Galípolo o próximo presidente do BC, indicado ao cargo por Lula alinhado ao atual chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
O aumento de juros em setembro foi o primeiro em mais de dois anos em agosto de 2022, a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. A Selic ficou um ano parada naquele patamar até o início do processo de flexibilização do aperto monetário em agosto do ano passado.
Redação / Folhapress