RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar do Rio de Janeiro realizou nesta quinta-feira (7) um treinamento tático em preparação para a cúpula do G20, que acontece na capital fluminense nos dias 18 e 19 de novembro. O encontro vai reunir chefes de governo e de Estado dos países integrantes do grupo.
No treinamento tático, aberto a jornalistas, policiais simularam resgates de reféns, ações com snipers e contenção de distúrbios em protestos.
As polícias do Rio se dividiram em grupos de trabalho e têm realizado reuniões com a secretaria de Segurança Pública para traçar a atuação durante o G20. O planejamento conta com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, mas não com as Forças Armadas.
Fontes militares afirmam, sob reserva, que Marinha, Exército e Força Aérea estão com atuação indefinida diante da falta de confirmação acerca de se e quando será decretada a GLO (Garantia de Lei e da Ordem).
Na última semana, o secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a GLO será decretada. A decisão cabe ao presidente Lula (PT), que não comentou sobre prazo.
Com a GLO, as Forças Armadas ganham provisoriamente a faculdade de agir com poder de polícia, o que influenciaria a estratégia já montada pelas polícias estaduais.
Sem definição, militares também fazem planejamentos separadamente. No fim de outubro, o Comando Militar do Leste entrou em contato com a PM fluminense pedindo acesso às imagens das câmeras dos helicópteros Olho de Águia.
A Polícia Militar será responsável pelo policiamento de rua, incluindo arredores de hotéis onde as autoridades estarão hospedadas. Também serão os PMs os responsáveis por interdições durante o evento.
À Polícia Federal caberá a atuação mais próxima das autoridades, como nos aeroportos, que são áreas federais, e no local de eventos.
A PRF deve empregar cerca de 400 motociclistas para serviços de escolta e batedores durante deslocamento de autoridades.
Nesta quinta, na sede do COE (Comando de Operações Especiais), em Ramos, zona norte do Rio, 120 policiais militares passaram por treinamento tático das principais ocorrências de risco durante o G20. Houve simulação de invasões para resgate de reféns, em caso de sequestro de autoridades, e treino de snipers, que também atuam nos sequestros. O batalhão de Choque treinou controle de distúrbio, com bombas que possuem efeito moral e spray de pimenta.
O batalhão de motociclistas também treinou escoltas. A Polícia Militar montou neste ano um grupamento de motos para realizar policiamento nas ruas, mas que também fará o acompanhamento de autoridades durante a cúpula.
Com a chegada do G20, o Batalhão de Choque pediu neste ano a compra de filtros de equipamento de proteção respiratória, usados pelos policiais durante manifestações. O estoque no almoxarifado da PM era considerado, até abril, em estado crítico e fora da validade.
Já o batalhão de motociclistas pediu a compra de equipamentos de proteção, como botas, joelheiras e capacetes. O pedido também foi feito sob o argumento de que era preciso modernizar a tropa diante da chegada do G20. Documentos internos dão conta de que alguns PMs chegaram a comprar com recursos próprios os acessórios para trabalho.
Procurada, a Polícia Militar informou que há aquisições de novos equipamentos em trânsito.
YURI EIRAS / Folhapress