BC dos EUA anuncia redução dos juros em 0,25 ponto percentual

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) anunciou nesta quinta-feira (7) um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que passa a ser de 4,5% a 4,75% ao ano.

É a segunda redução consecutiva da autoridade monetária, que havia ficado quatro anos sem reduzir a taxa, confirmando o que já era esperado pelo mercado financeiro. “A atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido”, disse o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), responsável pela definição das taxas do banco central, ao final da reunião.

A decisão foi unânime e já era amplamente esperada pelo mercado, mas representou uma desaceleração no ritmo em relação ao corte de meio ponto de setembro, uma decisão tomada na época para evitar fraquezas no mercado de trabalho.

O comitê disse que a economia americana está se expandindo em um “ritmo sólido”, mesmo que as condições do mercado de trabalho tenham “afrouxado” em comparação com o início do ano. O FOMC continuou a caracterizar a inflação como “um pouco elevada”.

Os integrantes do Fed estão debatendo quão rapidamente reduzir as taxas de juros para um nível “neutro” que nem impulsione nem suprima a demanda, mantendo a inflação estável na meta de 2% do banco central americano.

“Não há nada nos dados econômicos que sugira que o comitê precise ter pressa para chegar lá”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, aos repórteres. “Estamos vendo uma forte atividade econômica. Estamos vendo força contínua no mercado de trabalho.”

A declaração do Fed será interpretada à luz do retorno do republicano Donald Trump ao poder. Em seu governo anterior, o republicano teve divergências com Powell, que tem mandato até 2026.

Alguns dos conselheiros de Trump pediram que ele solicitasse a saída antecipada de Powell. Quando questionado se concordaria em fazê-lo, o presidente do BC americano disse enfaticamente que não. Ele acrescentou que “não é permitido por lei” que uma nova administração o demita antes do final de seu mandato.

Na entrevista coletiva após o anúncio da redução de juros, Powell afirmou que o Fed não está considerando o resultado das eleições em suas decisões. “No curto prazo, a eleição não terá efeitos sobre nossas decisões”.

Trump propôs tarifas abrangentes, deportações em massa de imigrantes e ampla desregulamentação, além de impostos mais baixos para os ricos e empresas. Economistas dizem que os planos do presidente eleito arriscam não apenas uma inflação mais alta, mas também um crescimento mais lento.

Powell se recusou a comentar como o banco central responderia à próxima administração, dizendo que era muito cedo para julgar qual seria a substância das políticas econômicas de um governo Trump.

“Não adivinhamos, não especulamos e não assumimos”, disse o presidente da autoridade monetária.

A política monetária dos EUA segue o que vem sendo feito nas principais economias do mundo. Horas mais cedo nesta quinta, o Banco da Inglaterra anunciou corte de 0,25 ponto percentual nos juros, que foi para 4,75%.

O BCE (Banco Central Europeu), responsável pela União Europeia, reduziu a taxa para 3,25% em 17 de outubro, no terceiro corte consecutivo.

Na direção contrária, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil subiu a taxa Selic para 11,25% nesta quarta-feira (6), no segundo movimento seguido de elevação dos juros básicos do país, em meio ao descompasso das expectativas de inflação do mercado em relação à meta, de 3%.

Redação / Folhapress

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