Tarcísio diz que responsáveis por ataque no aeroporto serão ‘severamente punidos’

Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou em publicação no X (antigo Twitter) na noite da sexta-feira (8) que o ataque a tiros acontecido no aeroporto de Guarulhos está, ao que tudo indica, associado ao crime organizado.

Um homem morreu e ao menos outras três pessoas foram atingidas por tiros no maior aeroporto do país, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista. O ataque aconteceu na saída do terminal 2, na tarde da sexta.

“Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas e todos os responsáveis serão severamente punidos”, diz a publicação do governador.

O alvo do atentado era o empresário e corretor de imóveis Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que foi assassinado por vingança pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo o Ministério Público. Ele morreu no local.

Gritzbach era suspeito de ter mandado matar dois integrantes da facção. Também fechou um acordo de delação premiada com a Justiça.

Ele voltava de Goiânia com a namorada. Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram contra o empresário. Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.

O veículo foi encontrado por policiais militares do 3º Batalhão de Choque abandonado na rua Guilherme Lino dos Santos, a cerca de 6 km do aeroporto. No interior do automóvel foram encontrados colete balístico e munições de fuzil, de acordo com a Polícia Militar.

Três policiais militares realizavam a escolta do homem baleado no momento do ataque. A corporação afirma que eles se apresentaram espontaneamente à Polícia Civil na noite desta sexta e, depois de prestarem depoimento, seriam encaminhados à Corregedoria.

“Todos serão afastados das suas atividades durante as investigações da Polícia Civil, que será acompanhada pela PM”, diz a Secretaria da Segurança Pública em nota.

QUEM ERA ANTÔNIO GRITZBACH

Gritzbach, ligado à facção criminosa, teria se envolvido numa série de problemas com o PCC.

Primeiro em 2021, acusado de ser o mandante do homicídio de dois homens ligados ao grupo: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Por isso, ele ficou preso até 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional e passou a usar tornozeleira eletrônica.

Conforme denúncia do Ministério Público, a morte ocorreu “em razão de desavenças financeiras”. Policiais do DHPP (departamento de homicídios) afirmaram, em 2022, que Cara Preta teria passado US$ 100 milhões a Gritzbach para que ele, com um comparsa, investisse o valor em criptomoedas. O dinheiro, no entanto, sumiu, e Anselmo foi morto ao lado de Sem Sangue, seu motorista.

No final de 2023, o empresário sofreu um atentado em um imóvel no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Policiais chegaram a afirmar para a Folha de S.Paulo, à época, que a morte dele era uma das missões repassadas aos integrantes da facção criminosa.

Ainda no ano passado, Gritzbach entrou novamente na mira da Justiça, sendo denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro e financiamento de organização criminosa. Ele teria usado dinheiro do PCC para comprar imóveis no condomínio Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral paulista.

Em março deste ano, Gritzbach assinou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público e entregou supostos esquemas do PCC.

Contratos, comprovantes de pagamento e registros de tela de conversas no WhatsApp entregues pelo empresário indicam uma suposta participação dos criminosos na contratação de jogadores da elite do futebol brasileiro e mundial.

A principal suspeita dos promotores é de lavagem de dinheiro do tráfico na aquisição dos atletas, por meio de empresas agenciadoras de jogadores de futebol.

Redação / Folhapress

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