SÃO PAULO, SP E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um acordo entre os governos de Santa Catarina e Paraná foi oficializado para corrigir a divisa territorial entre os estados. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) decidirá se a mudança será aprovada.
Na nova divisão, o Paraná deve perder uma área de 490 hectares para Santa Catarina. O território, equivalente a 490 campos de futebol, está em uma linha de cerca de 28 quilômetros e passa por Guaratuba e Tijucas do Sul, no lado paranaense, e Garuva, Campo Alegre e Itapoá, no estado vizinho.
Tudo começou quando o agricultor Sandro Maciel encontrou um erro na divisa oficial. Ele notou que a linha divisória no Google Maps e no sistema de georreferenciamento dos órgãos estaduais paranaenses não coincidiam com os marcos físicos reais feitos pelo Exército muitos anos atrás. ”Mostrei o erro e o mapa vai mudar por minha causa”, relatou ao UOL.
A partir disso, o governo catarinense iniciou análises técnicas sobre o território. Os técnicos foram a campo e confirmaram as imprecisões destacadas pelo morador. ”Realizamos um trabalho minucioso, que envolveu pesquisa documental em arquivos históricos e análise de dados quanto a terrenos e medidas”, explicou o secretário Edgard Usuy.
O relatório técnico foi entregue à Secretaria do Planejamento do Paraná no final de outubro. O documento também foi enviado ao IBGE, que poderá aprovar, desaprovar ou propor novas análises com base nos estudos apresentados.
Ter uma delimitação mais exata da área ajuda no planejamento do governo. Segundo nota publicada no site do IAT, a definição precisa da divisa melhora o planejamento e a execução de atividades nas áreas ambiental, social e econômica.
Em 1918, militares ficaram à disposição do Ministério da Justiça e Negócios Interiores para compor uma comissão demarcadora de limites entre o Paraná e Santa Catarina. O Centro de Comunicação Social do Exército explicou que os marcos foram implantados segundo o previsto na legislação à época.
“A exatidão dos levantamentos era decorrente dos métodos utilizados, dentro das capacidades e limitações de cada instrumento. Cabe ressaltar que, embora tenha contribuído à época, o Exército Brasileiro não é o órgão responsável pela demarcação de limites estaduais em território nacional”, disse o Centro de Comunicação Social do Exército.
LUANA TAKAHASHI E SIMONE MACHADO / Folhapress