BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O líder da China, Xi Jinping, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vão se reunir em Lima, no Peru, durante a cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), que ocorre antes de ambos virem ao Brasil por ocasião do G20. O presidente Lula (PT) iria ao evento, mas cancelou a viagem após acidente doméstico.
A reunião, segundo funcionários da Casa Branca, deve ocorrer no sábado (16). A cúpula de líderes do G20, no Rio de Janeiro, está prevista para segunda (18) e terça (19). Em seguida, Xi fará uma visita de Estado a Lula, em Brasília, na quarta-feira (20).
O encontro em Lima será a primeira vez em um ano que os líderes das duas maiores potências econômicas do mundo se encontra e a última vez que Biden verá Xi como presidente americano, antes de Donald Trump assumir a Casa Branca. Em novembro de 2023, o chinês esteve na Califórnia, na costa oeste americana, justamente para a edição daquele ano da Apec, quando Biden o recebeu para reunião bilateral.
A reunião serviu na ocasião para amenizar tensões da relação entre Washington e Pequim, em ano marcado por polêmicas cujo auge, ao menos em sua face pública, foi a crise relativa a supostos balões espiões chineses abatidos no céu americano.
Agora, se já não se fala mais a respeito de balões espiões, um dos temas que continua espinhoso desde o último encontro é a parceria da China com a Rússia na Guerra da Ucrânia. O assunto é particularmente importante em razão das posições sobre o conflito de Trump, que já prometeu acabar com a guerra “em um dia”, e assume a Casa Branca no próximo dia 20 de janeiro.
O republicano tem ainda postura mais agressiva com relação à China na economia e na política global. Os primeiros nomes para a política externa em seu gabinete refletem isso, como Michael Waltz (conselheiro de segurança nacional) e a provável definição de Marco Rubio para o Departamento de Estado.
Autoridades da Casa Branca disseram que Biden discutiria com Xi áreas de cooperação consideradas bem-sucedidas nos últimos quatro anos com o líder chinês.
Isso inclui propostas conjuntas para diminuir o fluxo de entrada de fentanil nos EUA e discussões sobre benefícios e ameaças da inteligência artificial, segundo o jornal americano The New York Times, citando um funcionário da Casa Branca.
Outro ponto que deve ser discutido, segundo a Casa Branca, é a tentativa de infiltração de hackers chineses em celulares usados tanto por republicanos, como por democratas. De acordo com o New York Times, Trump e seu vice, J.D. Vance, teriam sido alvos, assim como funcionários da campanha da democrata Kamala Harris.
GUILHERME BOTACINI / Folhapress