SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afasta o risco de esvaziamento da COP30, marcada para o ano que vem em Belém, e diz que a influência do presidente Lula (PT) na agenda ambiental e a mobilização do Brasil na área tornarão o evento “de grande interesse” para líderes mundiais.
Barbalho está no Azerbaijão para a edição deste ano da cúpula de clima da ONU, marcada pela ausência de líderes como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Lula cancelou a ida por recomendação médica, após cair e bater a cabeça. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) representa o Brasil.
Segundo o governador, a expectativa de que a COP em Belém será “o grande momento” do debate climático existe desde a edição de 2023, em Dubai. “Nós temos uma boa coincidência, que é ‘Paris mais 10’. É o momento em que as Nações Unidas revisitam o Acordo de Paris após dez anos”, diz ele.
Barbalho diz que, apesar da chance de que Donald Trump leve os EUA a novamente deixarem o tratado, o americano será bem-vindo em Belém para participar das discussões. Isso seria feito “respeitando a sua ótica de debate”, mas assinalando que “não se pode desconhecer” as urgências climáticas.
O governador diz que, caso Trump compareça, vai oferecer a ele um tacacá, prato típico paraense.
Barbalho, que tem previsão de iniciar o retorno ao Brasil nesta sexta-feira (15), afirma que aprovou vários aspectos da organização do megaevento em Baku, capital do Azerbaijão. Ele elogia os pavilhões montados com estruturas provisórias, a existência de praças de alimentação para o extenso público e a organização dos corredores de acesso à área e da entrada no local, sem filas gigantescas.
O governador, que ressalta “o simbolismo de fazer [a COP] na Amazônia”, terá na Prefeitura de Belém em 2025 um aliado, Igor Normando (MDB), eleito no segundo turno deste ano.
Segundo Barbalho, o prefeito “sabe da prioridade absoluta” de concluir a preparação e as obras para o evento. Ele diz ainda que o cronograma do governo estadual está adiantado.
“É claro que nós temos desafios urbanos que estão sendo considerados e solucionados. Desafios de hospitalidade, da mesma forma, estão sendo trabalhados. Nós estamos muito confiantes de que deixaremos um belo legado para Belém, de que o conteúdo ambiental será de protagonismo da floresta e de soluções baseadas na natureza e na política de redução de emissões”, afirma.
JOELMIR TAVARES / Folhapress