BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, minimizou nesta sexta-feira (15) os nomes até agora escolhidos pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para compor sua equipe.
Amorim disse que é preciso aguardar as ações do republicano para fazer uma avaliação sobre os impactos da nova administração na relação com o Brasil.
“Primeiro, a gente tem que respeitar os processos de todos os países. Vamos ver como as coisas evoluem ainda. Alguém veio me perguntar: ‘o que o senhor acha dos nomes?’ Eu não julgo nomes, julgo atos, ações”, disse Amorim, após participar de uma mesa de debates no G20 Social, evento organizado pela presidência brasileira do grupo para diálogo com a sociedade civil.
Entre os nomes já anunciados por Trump, está o do senador Marco Rubio como secretário de Estado (cargo equivalente ao de ministro de Relações Exteriores).
Senador desde 2010, Rubio é crítico enfático de ditaduras latino-americanas e tem posicionamentos linha-dura também em relação a dois dos principais adversários dos EUA no mundo, o Irã e a China.
Rubio chegou a criticar o presidente Lula devido aos diálogos que o governo brasileiro manteve com o regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
“Depois de ver como evoluem essas ações é que a gente vai dizer [algo]. O [presidente Joe] Biden foi um bom parceiro do Brasil, do presidente Lula, sobretudo em questões sociais. Mesmo de sustentabilidade, apesar de a gente saber das dificuldades que ele tinha no Congresso. Foi um bom parceiro. Agora, as motivações e as pessoas nem sempre são o mais importante. O importante é o resultado”, disse Amorim.
“Vamos esperar que, mesmo na busca do seu interesse, da America great [América grande], o presidente Trump também ajude. Eu fiquei contente de ver o [Elon] Musk conversar com o embaixador do Irã. É a conversa e o diálogo que podem trazer paz no mundo, não as reafirmações de princípios individuais”.
O bilionário dono da rede social X é um dos conselheiros mais próximos a Trump.
Musk se reuniu na segunda (11) com o embaixador do Irã para as Nações Unidas, numa conversa descrita por meios americanos como uma forma de diminuir as tensões entre Washington e Teerã.
RICARDO DELLA COLETTA / Folhapress