Setor privado é atraído com menos burocracia, diz ministro da Economia de Portugal

LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Segurança pública, boa infraestrutura, sistema bancário sólido, pessoas qualificadas, além da promessa de corte de impostos e desburocratização: essas foram algumas das qualidades enumeradas por Pedro Reis, ministro da Economia de Portugal, e Nuno Sampaio, secretário português de Negócios Estrangeiros e Cooperação, para incentivar empresários brasileiros a investir em terras lusitanas.

Os dois participaram do terceiro painel da Lide Brazil Conference Lisboa, evento realizado por Lide, Folha de S.Paulo e UOL nesta sexta-feira (15), na capital portuguesa.

Segundo Reis, o atual governo tem atuado para ajudar os empresários, sejam locais ou do exterior. “Estamos apostando na implementação de políticas amigas dos investidores. O setor privado é atraído com menos fiscalidade, menos burocracia e mais robustez de infraestrutura energética”, afirmou.

“O melhor que o estado pode fazer é deixar as empresas respirarem”, disse. Reis faz parte do gabinete do primeiro-ministro Luís Montenegro, do PSD (Partido Social Democrata), no poder desde abril deste ano.

Na visão de Reis, existe uma complementaridade entre as economias dos dois países, porque Portugal, por ser pequeno, tem os desafios da escala e capitalização, mas oferece boa infraestrutura energética, assim como de comunicação e transporte com todo o continente europeu.

Os laços culturais e a localização geográfica marcaram o discurso de atração do secretário Nuno Sampaio. “Portugal pode ser de forma mais substancial a porta de entrada do Brasil na Europa. Temos essa capacidade de fazer a ponte atlântica”, afirmou.

Mesmo António Nogueira Leite, presidente do Conselho de Administração da Mapfre, fez coro com os compatriotas no discurso de atração, citando especificamente as áreas de economia circular e descarbonização como oportunidades interessantes do momento. “Há muito investimento brasileiro no turismo e no setor imobiliário, mas Portugal tem feito um esforço grande para criar um ecossistema de investimento em novas tecnologias”, disse.

As oportunidades aparentemente vão ser aproveitadas. João Kepler, CEO da Bossa Nova Investimentos, que tem fundos para startups na América Latina, aproveitou o evento para anunciar operações em Portugal. “Vamos começar a investir na Europa”, afirmou.

LUCIANA ALVAREZ / Folhapress

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