Venezuela liberta ao menos dez presos nos protestos após as eleições de julho

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ao menos dez pessoas que foram detidas em protestos que ocorreram após as eleições da Venezuela, em julho, foram libertadas neste sábado (16), depois de o Ministério Público anunciar a revisão de 225 casos.

Em publicação no X, o diretor da ONG Foro Penal, Alfredo Romero, disse que “os presos políticos estão sendo libertados desde o início da manhã” e que o número deve aumentar ao longo do dia.

As libertações estão ocorrendo em pelo menos três prisões do país, de acordo com Romero: Crisálidas e Yare II (no estado Miranda) e em Tocorón (Aragua). Outra ONG, a Coalizão de Direitos Humanos, também informou que houve libertações.

Mais de 2.000 pessoas foram detidas após os protestos que eclodiram poucas horas depois da proclamação da vitória de Nicolás Maduro, em 28 de julho, com denúncias de fraude por parte da oposição. Entre os presos, estavam 164 adolescentes, dos quais 69 ainda permanecem detidos.

O Ministério Público anunciou na sexta-feira (15) a revisão dos 225 casos de detidos, atendendo a um pedido do próprio Maduro, que pediu para retificar casos com algum “erro processual”.

“Aquele que tenha sido responsável por ações criminosas, sujeito a uma vinculação como participante direto das mesmas, será punido, será sancionado. Quem não tiver responsabilidade, no contexto de uma investigação, será submetido a uma revisão da medida”, disse o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, um dos nomes fortes do regime.

De acordo com a Foro Penal, havia 1.976 presos políticos até quinta-feira (14) na Venezuela. A ONG afirma que este é o número mais elevado de presos políticos do século 21 e o maior em todo o continente americano.

A oposição, liderada por María Corina Machado, afirma que os detidos estão em condições desumanas e que lhes foi negado atendimento médico.

Na quinta-feira, um opositor detido após os protestos morreu enquanto estava sob custódia do regime venezuelano. Jesús Manuel Martínez Medina tinha 36 anos e era do mesmo partido de Corina —foi ela quem anunciou a morte nas redes sociais.

Medina teria morrido em decorrência de um problema cardíaco, associado a diabetes tipo 2, em um hospital na cidade de Barcelona (no leste da Venezuela). Na véspera, sua família tinha denunciado que ele estava com necrose na perna, que teria que ser amputada.

“Um crime de Maduro e de seu regime. Morreu em suas mãos, morreu pelas condições inumanas em que esteve sequestrado. Levaram Jesús por exercer seu direito e dever de cidadão”, disse María Corina.

Redação / Folhapress

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