SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Três pessoas foram presas após dispararem sinalizadores perto da residência do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na noite deste sábado (16).
Os artefatos caíram na área externa da residência de Benjamin Netanyahu por volta das 19h30 (14h30 de Brasília), mas não causaram danos. Ele e sua família não estavam no local, segundo o jornal israelense Times of Israel. A investigação está sendo conduzida pela unidade Lahav 433 e pelo Shin Bet.
Líderes de diferentes partidos políticos em Israel condenaram o incidente. Isaac Herzog, presidente do país, enfatizou a gravidade do caso e pediu punições rápidas. Líderes de oposição, como Benny Gantz, presidente do partido Unidade Nacional, e Yair Lapid, do partido Yesh Atid, reforçaram a necessidade de responsabilizar os autores do ataque.
Os detidos foram identificados como ativistas anti-governo. Um deles seria oficial da reserva militar israelense, segundo o jornal israelense. Os três foram inicialmente impedidos de acessar advogados, o que gerou críticas sobre possíveis violações de direitos civis.
Vídeos com imagens de câmeras de segurança da residência do ministro se espalharam nas redes sociais. Eles mostram o momento em que os artefatos caem nas proximidades da casa.
Ministros do governo classificaram o ato como parte de uma escalada perigosa. Yariv Levin, ministro da Justiça, chamou o incidente de “tentativa de golpe violento” contra o governo. Ele aproveitou para reiterar a necessidade de reformas judiciais, enquanto outros ministros, como Bezalel Smotrich, alertaram sobre os riscos à democracia.
A incitação política foi apontada como fator agravante. O Times of Israel destacou discursos acalorados em protestos e nas redes sociais, incluindo comparações de Netanyahu a Hitler e ataques que o chamavam de “traidor” e “Satanás”. Esses elementos foram citados como alimentadores do clima de violência.
ATAQUE ANTERIOR
Esta não é a primeira vez que a residência do primeiro-ministro é alvo de ataques. O Hezbollah reivindicou um ataque em outubro, quando um drone do grupo causou danos leves na propriedade em Cesareia. Segundo Mohamad Afif, porta-voz do grupo, “o Hezbollah declarou total, completa e única responsabilidade pela operação de Cesareia […] contra o criminoso de guerra Netanyahu”.
Israel realizou uma ofensiva no Líbano para neutralizar o Hezbollah. Em setembro, forças israelenses lançaram uma operação nas regiões fronteiriças do sul do Líbano, permitindo o retorno de cerca de 60.000 habitantes ao norte de Israel, após mais de um ano de confrontos intensos na fronteira.
O aumento da violência está ligado às tensões na região. O grupo libanês Hezbollah começou um novo conflito com Israel para apoiar o Hamas, que iniciou uma guerra na Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, após realizar um ataque em território israelense.
Redação / Folhapress