A taxa de desemprego no Brasil caiu pela segunda vez neste ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desocupação caiu de 6,9% no segundo trimestre para 6,4% no terceiro trimestre, uma redução de 0,5 ponto percentual. O menor valor para um terceiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012.
Quando comparado ao mesmo período de 2023 (7,7%) a redução fica em 1,3 p.p. Esse movimento de queda na taxa de desocupação reflete uma recuperação gradual do mercado de trabalho, impulsionada, em parte, pelas contratações no setor industrial, que costumam ser mais frequentes no segundo semestre do ano. Além disso, a diminuição na busca por emprego em várias faixas etária e a geração de novas vagas também contribuíram para essa melhora.
Leia mais notícias da região aqui
Em sete estados, a desocupação apresentou queda. Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%) e Santa Catarina (2,8%) registraram as menores taxas. Por outro lado, Pernambuco (10,5%), Bahia (9,7%) e Distrito Federal (8,8%) tiveram as maiores.
A queda no índice é atribuída ao segundo semestre, período em que as indústrias costumam aumentar contratações para atender à demanda de fim de ano. No último trimestre, a indústria gerou mais de 400 mil novas vagas, conforme destacou William Kratochwill, analista do IBGE.
O número de desocupados caiu mais de 10% em todas as faixas de tempo de busca por emprego. A maior queda foi entre aqueles que procuravam trabalho por mais de dois anos, com redução de 20,4%, totalizando 1,5 milhão de pessoas nesta situação. Esse é o menor número desde 2014.
A taxa de informalidade no Brasil foi de 38,8%. O Pará (56,9%), Maranhão (55,6%) e Piauí (54,5%) apresentaram as maiores taxas, enquanto Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,2%) e São Paulo (30,6%) tiveram as menores.
Em relação ao rendimento médio, não houve variação significativa entre as regiões no terceiro trimestre de 2024, comparado ao trimestre anterior. Contudo, houve aumento no Sul em relação ao mesmo período de 2023. A massa de rendimento totalizou R$ 327,7 milhões, com o Sudeste destacando-se como a região com maior massa de rendimento (R$ 167,3 milhões).
As mulheres continuam com uma taxa de desocupação mais alta (7,7%) em comparação aos homens (5,3%). Já entre as cores, os negros (7,6%) e pardos (7,3%) apresentam taxas de desocupação superiores à média nacional (6,4%), enquanto os brancos têm uma taxa abaixo dessa média (5%).
A pesquisa também mostrou que pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) enfrentam maior dificuldade para encontrar trabalho, enquanto aqueles com nível superior completo têm a menor taxa de desocupação (3,2%).
*Texto de Letícia Silva supervisionado por Gabriela Leite