SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Criado em 1992, o festival Fazendo Arte com Prevenção nasceu com o objetivo de conscientizar jovens sobre saúde sexual e prevenção de HIV/Aids. Mais de três décadas depois, o evento retorna em um momento em que falta educação sexual nas escolas e é necessário incentivar o uso de métodos preventivos como a camisinha.
Coordenado por Vera Paiva, professora titular do departamento de psicologia social da USP e líder do Nepaids (Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids), o festival utiliza a arte como instrumento para desmistificar tabus. “Quando você ensina prevenção com respeito e diálogo, você não estimula a sexualidade precoce, mas adia o início da vida sexual e promove relações mais seguras e conscientes”, afirma Vera.
Em sua primeira edição, o evento desafiou os estigmas associados ao uso da camisinha, promovendo oficinas criativas que transformaram o preservativo em objeto de expressão artística. Na nova edição do festival, a ideia é resgatar essa abordagem lúdica para dialogar com os jovens e enfrentando desafios contemporâneos como as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e a má utilização de métodos de prevenção como PrEP e PEP.
O festival é destinado a alunos e professores de ensino médio, artistas de territórios periféricos e integrantes de universidades -alunos, professores e funcionários. As inscrições (que podem ser feitas aqui) vão até 1º de dezembro. Os interessados devem apresentar trabalhos artísticos previamente produzidos em categorias como música, dança, teatro, poesia, culinária e artes visuais.
O festival será realizado no dia 4 de dezembro, às 12h, na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), com apoio do Programa Estadual de Aids e da Secretaria Estadual da Saúde. Durante o evento, um júri avaliará as produções, com prêmios como vale-cultura e assinaturas de jornais.
Para Vera Paiva, o retorno do festival também reflete mudanças no comportamento juvenil observadas após a pandemia de Covid-19.
Ao mesmo tempo em que debates sobre sexualidade foram deixados de lado durante o isolamento, os jovens enfrentavam desafios como o adiamento da vida sexual e o aumento do número daqueles identificados como não heterossexuais.
“Hoje, vemos uma proporção crescente de jovens não binários, o que reforça a importância de uma educação sexual inclusiva e atualizada”, afirma.
FAZENDO ARTE COM PREVENÇÃO
Quando 4 de dezembro, às 12h
Onde FAU-USP – r. do Lago, 876, São Paulo
Preço Grátis
Redação / Folhapress