MALMÖ, SUÉCIA (FOLHAPRESS) – O XC90, utilitário esportivo que é o topo da linha híbrida da Volvo, terá uma nova versão no Brasil em 2025. O modelo passou por mudanças sutis, mas que reforçam a sensação de luxo.
A reportagem testou novo SUV, que deve chegar ao mercado nacional no primeiro trimestre do ano que vem com preço próximo ao atual, na casa dos R$ 700 mil. A reportagem esteve na Dinamarca e na Suécia para conhecer o modelo repaginado.
O novo XC90 não traz grandes novidades em relação a motorização e autonomia de bateria: a combinação do 2.0 turbo a gasolina com o conjunto elétrico gera 455 cv de potência. deslocado para a parte debaixo do painel multimídia De acordo com a deslocado para a parte debaixo do painel multimídia montadora, o carro acelera do zero aos 100 km/h em 5,4 segundos.
A versão renovada até perde um pouco de autonomia elétrica. Pelos dados do Inmetro, o modelo atual percorre até 50 km sem gastar gasolina. Já a nova faz 47 km.
No painel do veículo, contudo, o motorista lê outra informação. Com a bateria completa, a indicação da autonomia fica em 63 km, distância que provavelmente é possível percorrer no modo elétrico em uso urbano. Considerando também o motor a gasolina, a autonomia total chega a 550 km.
Não se trata de uma nova geração do veículo, mas de uma “repaginada”, que vem sendo chamada pela Volvo de “reskin”. O XC90 segue em sua segunda geração, que foi lançada em 2016.
A condução continua suave e confortável. No trânsito da cidade, o ambiente interior do carro, a posição elevada ao volante e a facilidade em dirigir dão sensação de aconchego, que reduz o estresse nos engarrafamentos.
Na estrada, o novo XC90 repete o conforto urbano, e as rodovias suecas colaboram com a experiência do motorista. São poucos caminhões, o asfalto é impecável e os condutores têm o elogiável hábito de usar a faixa da esquerda apenas para ultrapassagens.
O SUV de luxo responde rápido à aceleração, principalmente na função 100% elétrico que é possível selecionar pela tela multimídia. A 120 km/h, não há trepidações. O silêncio impressiona: os ruídos de vento e da estrada praticamente somem.
Com um rodar tão macio, acionar o piloto automático vira mais uma questão de curiosidade do que de necessidade, mas ajuda a aproveitar a paisagem alaranjada do outono da Suécia.
A Volvo disse ter aperfeiçoado a suspensão para dar mais estabilidade, o que é quase imperceptível. O condutor já pouco sofria com oscilações e buracos na pista, e agora a promessa é sofrer menos ainda.
Segundo a fabricante, ainda será possível escolher pela suspensão a ar opcional, que trabalha em conjunto com o chassi ativo que monitora o carro, a estrada e o motorista 500 vezes por segundo.
Por fora, a mudança mais notável é na grade frontal, que antes tinha traços verticais e agora ganha riscos diagonais. Além disso, o farol com o clássico desenho do “martelo de Thor” ficou mais delineado.
Mas as maiores novidades estão no interior da XC90. A começar pela tela multimídia. Antes embutida no painel, agora ela ganha uma aparência de iPad na vertical. A ideia é que, ao visualizar as bordas, o motorista tenha a sensação de estar diante de um monitor fino, enquanto a versão anterior parecia mais uma TV de tubo.
A tela não é exagerada, tem 11,2 polegadas, o que permite uma leitura fácil e operação simples.
O acabamento do interior ficou mais texturizado, com tecidos no painel em cima do porta-luvas. Além disso, a iluminação dá uma sensação mais aconchegante à noite, com luzes indiretas e em baixa intensidade.
O console central ganhou mais espaço para objetos: o carregador de telefone por indução, que antes ficava ao lado da alavanca de câmbio, foi deslocado para debaixo do painel multimídia.
O motorista consegue fazer diversos ajustes no banco para deixar a posição confortável. Para isso, é preciso tatear os botões que ficam do lado esquerdo do assento. Entender o que cada comando faz é pouco intuitivo em um primeiro momento, o que também acontece com a abertura do teto solar.
“O XC90 é um carro com quase nove anos de vida e que ainda tem uma participação no segmento [premium] de quase 13%”, afirma Marcelo Godoy, presidente da Volvo Car Brasil. “Ela diz muito sobre o que é a marca Volvo. Quando foi introduzida, tinha o slogan de que era a nossa ideia de luxo, sem ser brega, sem ser cafona. O luxo está nos detalhes, no minimalismo.”
Recentemente, a fabricante sueca deu um passo atrás na meta de vender apenas carros elétricos até 2030. A empresa continua com o objetivo de parar de fabricar veículos com motor a combustão, mas sem uma data definida. Na avaliação de Godoy, os híbridos vão se manter no mercado por um bom tempo ainda.
“Com as condições de hoje, o risco da manutenção [dos híbridos] é bem alto. Do ponto de vista de negócio, ele é vantajoso, tem uma tecnologia que já está um pouco mais depreciada, então os lucros são maiores com esses veículos”, afirma.
Fato é que a segunda geração XC90 tem espaço especial no portfólio da empresa sueca, pois foi o primeiro carro feito pela Volvo após deixar o grupo Ford e ganhar sua “independência” dentro da chinesa Geely.
Quase dez anos depois de chegar ao mercado, ela se renova para continuar sendo o principal ícone da marca, incorporando todo o “luxo sem ostentação” que a companhia quer transparecer.
O repórter viajou a convite da Volvo
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VOLVO XC90
Preço: R$ 700 mil (estimativa)
Motor: 2.0 turbo com tecnologia híbrida plug-in
Potência combinada: 455 cv a 6.000 rpm
Transmissão: câmbio automático de oito marchas
Peso: 2.227 kg
Comprimento: 4,95 m
Largura: 1,92 m
Altura: 1,77 m
Aceleração (0 a 100 km/h): 5,4 segundos*
*Dado da fabricante
THIAGO BETHÔNICO / Folhapress