UNIÃO DE PALMARES, AL (FOLHAPRESS) – O delegado Guilherme Iusten, responsável pela investigação do acidente na serra da Barriga, em União dos Palmares (AL), que deixou dezoito pessoas mortas neste domingo (24), afirmou que testemunhas garantem que houve uma falha no freio momentos antes de o coletivo cair na ribanceira de uma altura de 85 metros.
Em entrevista na manhã desta segunda (25), Iusten destacou que documentos preliminares do veículo apontam que ele tinha plenas condições de funcionamento.
“O ônibus estava novo, com manutenção em dia, pneus em boas condições. O ônibus tinha condições de uso. Agora, aguardamos laudo pericial”, diz o delegado, que aguarda a perícia no veículo para saber se alguma falha pode ter causado o acidente.
O governador Paulo Dantas (MDB), que também participou da entrevista, lamentou a tragédia e disse que enviará equipes técnicas para entender quais próximos cuidados podem ser tomados em relação ao passeio, uma vez que a serra da Barriga é patrimônio nacional.
“Agimos rápido, evitando mais mortes e salvando mais vidas. Infelizmente, tivemos essa tragédia. Manifesto mais uma vez minha solidariedade a todos os afetados.”
O veículo não pertencia à Prefeitura de União dos Palmares, era terceirizado. O dono da empresa já foi intimado a apresentar a documentação comprobatória de que o ônibus poderia fazer aquela viagem.
Segundo a gestão municipal, o ônibus prestava serviço para a Secretaria de Cultura e levava turistas e moradores da cidade para o projeto Pôr do Sol na Serra onde os participantes conhecem a região, que tem o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
Alguns parentes de vítimas chegaram a questionar a prefeitura a respeito do uso de coletivos para o passeio em vez de vans, mas o prefeito, Kil Freitas (MDB), afirmou que a recomendação de que somente vans fizessem o trajeto era apenas para o Dia da Consciência Negra (20). Nos demais dias, como este domingo, ônibus podiam trafegar pela estrada.
“Cerca de 800 pessoas fazem esse trajeto aos domingos, mas agora vamos repensar como será a continuidade desse projeto. No momento, ele está suspenso”, disse o prefeito.
Ele disponibilizou um ginásio esportivo para que fosse feito um velório coletivo. As famílias, no entanto, devem preferir fazer as cerimônias separadas.
JOSUÉ SEIXAS / Folhapress