SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Jr, pediu reforço policial para o início da votação do pedido de impeachment de Augusto Melo, marcada para quinta-feira (28) -a Gaviões da Fiel, por outro lado, quer adiar o evento. Na manhã desta terça (26), muros do Parque São Jorge apareceram pichados contra uma eventual saída do dirigente.
Tuma informou que está “adotando todas as medidas cabíveis” para reforçar a segurança do Parque São Jorge horas antes do evento, previsto para começar às 18h (de Brasília).
Ele disse ter entrado em contato com pelo menos três autoridades: o Secretário da Segurança Pública de São Paulo, o Comandante Geral da Polícia Militar e o Delegado Geral de Polícia.
O motivo é o temor de uma confusão dentro do clube social. Tuma citou “ameaças constantes recebidas nas redes sociais e mídias, pichações, áudios e cartazes dentro das dependências do próprio Parque São Jorge”.
O presidente do Conselho ainda revelou ter feito uma reunião com presidentes de organizadas e tentou tranquilizar os torcedores. “Assim, poderão as senhoras e os senhores conselheiros comparecerem e exercerem a ‘cidadania Corinthiana’ com a plena normalidade”, disse ele.
A Gaviões, por outro lado, quer adiar a votação. A principal organizada do Corinthians emitiu uma nota informando que, ao lado de outras torcidas, quer a mudança para “priorizar o bem-estar e a integridade física dos conselheiros e associados, além de proteger o patrimônio do clube”.
A organizada também enfatizou a necessidade de “preservar um ambiente positivo” para o desempenho do clube nos últimos jogos do Brasileirão.
O FUTURO DE AUGUSTO
O Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians recomendou um novo pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo, após reprovar as contas do primeiro semestre da gestão.
Por unanimidade, o órgão não aprovou as contas de janeiro a junho da atual diretoria do Timão. Foram 13 votos a 0.
À reportagem, fontes alegam que a diretoria não entregou diversos documentos, cópias de contratos e dados de pagamentos. Os trabalhos da comissão, que fazia a análise dessas informações, só foram encerrados na última sexta-feira (22) por conta da morosidade no processo.
Muitas solicitações do Cori não foram atendidas, inclusive a entrega de balancetes mensais -que haviam sido prometidos pelo departamento financeiro-, assim como os resultados auditoria feita pela Ernst & Young.
Dentre as inconsistências encontradas em relatórios, está o aumento da folha de pagamento do clube, número de funcionários e contratações sem justificativa. Além disso, não houve uma apresentação de planilha desses funcionários.
Por fim, os membros do órgão optaram por recomendar um novo processo de impeachment contra Augusto por “gestão temerária”. O item está previsto no artigo 106 do estatuto do Corinthians.
BRUNO MADRID E LIVIA CAMILLO / Folhapress