A Polícia Civil de Birigui (SP) instaurou inquérito para investigar dois homens acusados de tentarem extorquir o patrão de um deles, que possui um escritório de advocacia na cidade, no qual um dos investigados trabalha. Eles confessaram as fraudes.
O caso passou a ser investigado após um dos acusados procurar o plantão policial, na madrugada do último dia 13, para registrar um boletim de ocorrência de injúria racial contra o patrão dele.
Na ocasião, ele afirmou que estava sendo discriminado pelo empregador, por ser casado com o outro investigado, que seria pessoa soro positivo para HIV e por ser PCD, por praticamente não ter a visão do olho esquerdo.
Na versão apresentada à polícia, o funcionário disse ainda que o patrão teria tido conhecimento da condição do marido dele ao ir ao hospital para pagar os custos da internação do marido.
Extorsão
Entretanto, no dia seguinte foi a vez do advogado vítima procurar a polícia para registrar um boletim de ocorrência contra o funcionário, acusando ele e o marido dele de extorsão.
Na versão apresentada pela vítima, o então funcionário dele teria simulado a morte do companheiro e passado a exigir R$ 4 mil em dinheiro para custear os gastos do suposto translado do corpo de Birigui para São Paulo.
O advogado disse que recusou fazer o pagamento, por isso, as chantagens se intensificaram, com o funcionário passando a ameaçar divulgar informações de clientes do escritório dele.
Investigação
Com base nas informações apresentadas, um inquérito foi instaurado pela Delegacia do Município e as investigações foram coordenadas pelo delegado Eduardo Lima de Paula. Ele representou pelo mandado de busca e apreensão para os endereços relacionados ao casal investigado e foi atendido pela 1ª Vara Criminal de Birigui.
Os mandados foram cumpridos na segunda-feira (25), os dois investigados tiveram os celulares apreendidos e foram conduzidos para a delegacia. Segundo a polícia, os dois admitiram que as informações apresentadas no boletim de ocorrência de injúria racial contra a vítima eram falsas.
Rescisão
O marido do funcionário do escritório alegou em declarações que teve a ideia de registrar o boletim de ocorrência com informações falsas para utilizá-lo contra a empresa, na tentativa de forçar a rescisão trabalhista e baixa na carteira.
Já o funcionário do escritório confirmou que por não ter sido demitido pelo patrão, passou a extorquir o advogado, mesmo sabendo que as informações do boletim de ocorrência eram falsas.
Diante de tudo o que foi apurado, a Polícia Civil dará sequência ao inquérito para investigar a denúncia de extorsão praticada pelo casal. Além disso, será instaurado um novo inquérito para apurar o crime de denunciação caluniosa, por tentarem incriminar a vítima.