SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O anúncio na quinta-feira (28) de um pacote fiscal do governo e da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 não foi suficiente para levar os economistas a melhorarem suas perspectivas para a economia nacional.
O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (2) indicou que os analistas voltaram a elevar a previsão da inflação neste ano e também para o dólar e a taxa básica de juros em 2025 e 2026.
O mercado espera que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine o ano em 4,71%, alta de 0,08 ponto percentual em relação ao previsto na semana passada. Com isso, os economistas ouvidos pelo Banco Central retomam o viés de alta, que foi observado em 17 das últimas 19 semanas.
Com isso, a perspectiva segue acima limite do teto da meta de 3% estabelecida pelo BC, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Os analistas também aumentaram as previsões para 2025 (de 4,35% para 4,40%) e 2026 (de 3,78% para 3,81%), enquanto a de 2027 caiu de 3,51% para 3,50%.
E não é só a inflação que teve uma subida na perspectiva. Os economistas também aumentaram a Selic e o dólar para os dois próximos anos. A taxa de juros foi a 12,63% em 2025 (0,38 ponto percentual a mais do que na semana passada) e 10,5% em 2026 (contra 10%).
Já o dólar subiu para R$ 5,60 nos dois próximos anos (era de R$ 5,55 em 2025 e R$ 5,50 em 2026 no boletim anterior). A moeda dos EUA fechou acima de R$ 6 na última sexta-feira (29), sendo a primeira vez na história que atingiu esse patamar.
O boletim Focus também apresentou que os economistas esperam uma alta no PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, fechando o ano em 3,22%, aumento de 0,05 ponto percentual sobre a semana passada. Já a perspectiva para os três próximos anos foi mantida em 1,95% (2025) e 2% (2026 e 2027).
FERNANDO NARAZAKI / Folhapress