De um dia para o outro, os preços do álcool e da gasolina aumentaram até 40% nos postos de Ribeirão. O litro do etanol, por exemplo, que podia ser encontrado na casa dos R$ 1,80, saltou para R$ 2,50, um aumento de setenta centavos por litro. O aumento ocorreu no mesmo dia que o governo do Estado decidiu flexibilizar a quarentena.
A gasolina, que podia ser encontrada na casa dos R$ 3, passou a ser encontrada por valores superiores a R$ 3,6.
Quem precisou sair de casa se assustou com a alta. “Está tudo voltando ao normal, inclusive o cartel dos postos. Todos aumentaram juntinhos”, afirmou a comerciária Luiza Torres, 28, moradora na zona Oeste de Ribeirão.
O motorista de aplicativo Rodrigo Dodt, 48, também sentiu na pele. “De um dia para o outro, encher o tanque saiu quase R$ 30 mais caro. Pra nós, faz uma tremenda diferença”, disse.
Segundo Renê Abad, representante do Sindicato dos Postos de Ribeirão, a situação foi motivada por aumentos da gasolina na Petrobras. A empresa reajustou, nessa semana, em 5% o preço da gasolina, “Esta semana as refinarias da Petrobrás reajustaram, pela quinta vez dentro do mês de maio, o preço da gasolina, e pela terceira vez o preço do óleo diesel, que refletiu também no preço do etanol”, disse.
Segundo Abad, a alta pode ser explicada por três motivos. “Além da variação no mercado internacional, que certamente é relevante, o dólar também subiu, então houve uma variação do preço da moeda, que também faz parte dos custos das refinarias da Petrobrás. E não se pode negar que o consumo está retornando aos poucos, com esse isolamento das pessoas que está sendo flexibilizado”, explicou ele, que ressaltou que o movimento, hoje, é 40% menor do que antes da pandemia. “Mas já foi pior, chegamos a ter queda de 55%”, disse.
Dados
Mesmo com o aumento, entretanto, o preço dos combustíveis ainda está significativamente menor do que antes da pandemia. O preço da gasolina acumula, em 2020, uma baixa de 30,8% e, no caso do diesel, a redução é de 35,5% no ano.
Na bomba, com base no levantamento de mercado da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a queda acumulada em 2020 é de 16,5% para o litro da gasolina e de 19,1% para o diesel.