Domingos Alves, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que os hospitais de Ribeirão Preto podem entrar em colapso com a reabertura do comércio. A declaração foi dada em entrevista no programa “Embalos de Sábado”, comandado pelo jornalista Chico Ferreira.
“Em 14 dias, se nós mantivermos essa média de isolamento social em 47%, que é uma média que esta acontecendo aqui no município, o número de leitos clínicos lotariam no dia 20 de junho e as UTIs no dia 24 de junho. Se nós passássemos para uma taxa de adesão de 27%, a partir de uma liberação, como se coloca pelo governo do estado “inteligente”, esses leitos clínicos lotariam dia 14 de junho e as UTIs no dia 18 de junho, somente em Ribeirão Preto.”, disse Domingos Alves.
Segundo Domingues, um exemplo claro é sobre a cidade de Blumenau, que fez o relaxamento de cor laranja, onde reabriram o comércio e em uma semana o numero de casos aumento em 160%.
“Outra evidencia, é o que aconteceu na cidade de Blumenau que fez esse tipo de relaxamento da cor laranja, de abrir o comércio e os shoppings, e em uma semana o número de casos aumento em 160%. Isso em um cenário que aconteceu em meados do fim de abril, em que o número de casos lá era muito menor, nessa época, por exemplo, ribeirão preto estava em torno de 250 casos e Blumenau também estava em 250 casos. A nossa situação hoje é muito mais aguda, estamos com uma estimativa hoje de mil casos aqui em Ribeirão Preto.”
Ainda de acordo com ele, vale lembrar que o grande aumento de números de casos confirmados de COVID-19 na cidade nos últimos dias, está relacionado ao aumento de testagem, incluindo em pessoas com sintomas leves. Anteriormente os testes só estavam sendo feitos em pacientes internados e com sintomas graves.
Reabertura
Nesta segunda-feira (1º), o estado inicia as ações ligadas aos protocolos sanitários do Plano São Paulo para permitir a retomada econômica de serviços e atividades não essenciais durante a pandemia do coronavírus. Vale ressaltar que a quarentena continua em vigor em todo o território paulista até dia 15, com diretrizes específicas para cada uma das fases do planejamento que permite o retorno gradual e seguro da atividade econômica.
São ao todo cinco fases. As fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). O objetivo da classificação é assegurar atendimento de saúde à população e garantir que a disseminação do coronavírus em níveis seguros para modular as ações de isolamento.
O cálculo que define em qual fase uma região está leva em conta, por exemplo, a capacidade do sistema de saúde da região e a evolução do número de casos, internações e óbitos provocados pela COVID-19. No atual momento, a maior parte do estado tem regiões categorizadas nas fases 1, 2 e 3.