Israel anuncia fechamento de embaixada na Irlanda por posição pró-Palestina

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de Israel anunciou neste domingo (15) que vai fechar sua embaixada em Dublin em razão das “posições extremistas anti-Israel do governo da Irlanda”, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores. Com isso, os países ficam a um passo de romper relações diplomáticas.

Segundo Tel Aviv, a decisão foi tomada após o anúncio de que a Irlanda entraria com um pedido na Corte Internacional de Justiça a favor da ação da África do Sul contra Israel, que acusa o Estado judeu de cometer genocídio na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, chamou a decisão de fechar a embaixada de lamentável. “Rejeito firmemente a afirmação de que a Irlanda é anti-Israel. A Irlanda é pró-paz, pró-direitos humanos e a favor da lei internacional, e deseja uma solução de dois Estados para que Israel e Palestina possam viver em paz e segurança.”

A pedido de Pretoria, a Corte de Haia avalia se as ações de Tel Aviv contra a população palestina em Gaza constituem o crime de genocídio. Na quarta-feira (11), Dublin disse que pretende pedir que o órgão amplie sua definição de genocídio.

De acordo com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Micheál Martin, o governo acredita que “uma interpretação restrita de genocídio pode levar a uma cultura de impunidade e colocar em risco a proteção de civis”.

Para o governo irlandês, a Convenção de Genocídio das Nações Unidas permite que ações de punição coletiva “como as realizadas por Israel contra a população palestina em Gaza” também sejam enquadradas como genocídio.

Em março, Martin já havia dito que Dublin pretendia intervir no caso contra Israel em Haia. “Tomar reféns, impedir assistência humanitária para civis, atacar civis e infraestrutura civil, usar armas explosivas de forma indiscriminada em áreas densamente povoadas, a punição coletiva de toda uma população, a lista não tem fim. Isso tem que parar. Chega”, disse o ministro irlandês na época.

A organização Anistia Internacional também acusa Israel de cometer genocídio contra os palestinos na guerra em Gaza. Para a entidade, Tel Aviv busca eliminar civis diretamente por meio de bombardeios, destruição de infraestrutura e obstruindo a entrega de comida, remédios e outros bens.

Em resposta, Israel disse que a Anistia Internacional é “uma organização deplorável e fanática” que “forjou um relatório baseado em mentiras”.

A decisão de fechar a embaixada em Dublin veio depois que Israel convocou seu embaixador em um gesto de reprimenda quando a Irlanda tomou a decisão de reconhecer oficialmente a Palestina como estado, medida anunciada em conjunto com Espanha e Noruega em maio.

Redação / Folhapress

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