Militares têm de falar a verdade, diz Trump sobre drones misteriosos nos céus dos EUA

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Moradores da Costa Leste dos Estados Unidos estão intrigados com uma movimentação atípica no céu. Drones, aeronaves não tripuladas, têm sido vistos sobrevoando alguns estados, num caso que virou alvo de investigação por autoridades americanas desde o fim de novembro.

O presidente eleito Donald Trump comentou o assunto nesta segunda-feira (16) e insinuou que as autoridades estão escondendo informações. “O governo sabe o que está acontecendo. Por alguma razão, eles não querem comentar, e acho que seria melhor eles dizerem o que nossos militares sabem e o que nosso presidente sabe.”

Há relatos sobre deslocamentos de drones em ao menos seis locais: Nova Jersey -onde há o maior número de registros de avistamentos–, Ohio, Nova York, Connecticut, Pensilvânia e Virgínia. Até então, as agências que apuram os episódios se esforçam para dizer que não há sinais de ameaça à segurança pública ou de atuação estrangeira maliciosa.

Na sexta-feira (13), o aeroporto Internacional de Stewart, em Nova York, precisou ser fechado por cerca de uma hora após órgãos alertarem que houve o sobrevoo de um drone na área. No sábado (14), a governadora do estado, Kathy Hochul, afirmou em um comunicado que a situação tinha ido “longe demais”.

“Em meados de novembro, dei instruções ao Centro de Inteligência do Estado de Nova York para investigar ativamente os avistamentos de drones e coordenar com as autoridades federais de segurança pública para lidar com essa questão, e esses esforços estão em andamento”, informou.

Ela fez um apelo para que o Congresso aprove uma lei para dar mais poderes a autoridades regionais em investigações desse tipo e concluiu pedindo que o governo Joe Biden intervenha e reforce a presença de órgãos federais no caso.

O sobrevoo dos aparelhos misteriosos também gerou o fechamento temporário de uma base aérea em Ohio no final de semana. Houve ainda a prisão de duas pessoas no sábado, acusadas de terem pilotado um drone que ultrapassou o limite de proximidade com o aeroporto de Boston.

A preocupação relatada por moradores e a crescente pressão de políticos por investigação levaram representantes do FBI, a polícia federal americana, da agência federal de aviação e do Departamento de Segurança Interna a se manifestarem ainda no final de semana.

No domingo (15), o secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, afirmou em entrevista à rede de notícias ABC que o governo está atento e busca respostas. Disse ainda que não há dúvidas sobre a ocorrência dos avistamentos, mas ponderou que boa parte dos relatos se refere a aeronaves tripuladas confundidas com drones.

“Quero garantir ao público americano que nós, no governo federal, implantamos recursos adicionais, pessoal e tecnologia para ajudar a Polícia Estadual de Nova Jersey a lidar com os avistamentos de drones.”

“Não sabemos de nenhum envolvimento estrangeiro em relação aos avistamentos. E estamos vigilantes na investigação desse assunto.”

Reservadamente, um integrante do FBI relatou a jornalistas que os registros começaram no dia 18 de novembro, em Nova Jersey, com o relato de múltiplos drones circulando no ar com origem desconhecida. No dia 20 de novembro, o órgão iniciou uma investigação. Desde então, foram recebidos mais de 5.000 telefonemas com supostas pistas, dos quais só 100 foram realmente úteis, e conduzidas dezenas de entrevistas.

Até então, relatou a autoridade, a atividade dos drones não foi considerada suspeita e que muitos dos supostos drones seriam, na verdade, aviões de pequena carga.

Há quase um milhão de aeronaves não tripuladas registradas nos Estados Unidos. Elas podem voar à noite e de dia desde que permaneçam abaixo de 121 metros e não invadam espaço aéreo restrito.

Segundo este funcionário do FBI, boa parte dos drones avistados no ar nesse período estava operando dentro dos parâmetros permitidos no espaço aéreo americano. Ele ponderou, porém, que os policiais não duvidam do uso criminoso desses sistemas e por isso seguirão na investigação.

JULIA CHAIB / Folhapress

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