Lula faz novos exames, é liberado e retorna a Brasília

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) fez novos exames na manhã nesta quinta-feira (19) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e foi liberado pelos médicos para retornar a Brasília. O petista pretende liderar uma reunião nesta sexta-feira (20) com sua equipe de ministros.

Ao deixar o hospital, de onde seguiu direto para o aeroporto, o presidente posou para fotos e acenou para imprensa e simpatizantes. Lula usava chapéu, como nas últimas aparições públicas. O acessório esconde as cicatrizes deixadas pelos procedimentos realizados nos últimos dias.

“O hematoma não existe mais, e o que vai ser feito agora são exames de rotina”, disse o cardiologista Roberto Kalil, médico do petist.

Segundo ele, Lula está liberado para fazer “atividades normais” de trabalho porque “a parte de cognição está perfeita”. Apesar disso, a recomendação é que sejam evitados exercícios físicos.

Liberado para fazer viagens dentro do país, o presidente voltou a Brasília ainda nesta quinta e seguiu de helicóptero para o Palácio da Alvorada, de onde despacharia. De acordo com a equipe médica, deslocamentos internacionais serão permitidos posteriormente.

Lula recebeu alta hospitalar no último domingo (15) após seis dias de internação. Antes de ir para Brasília, ele ficou em sua casa em São Paulo na região de Pinheiros.

O mandatário fez uma cirurgia de emergência no último dia 10 em razão de um hematoma de três centímetros entre o cérebro e uma das membranas (meninges) que envolvem o órgão. O coágulo foi detectado após ele sentir fortes dores de cabeça, quando foi encaminhado para o hospital de São Paulo.

Segundo Kalil disse no domingo, o presidente terá algumas restrições nos próximos 30 dias, como de atividade física intensa e viagens internacionais. Lula ainda deve ter acompanhamento tomográfico até a completa cicatrização, o que pode levar de 45 a 60 dias.

Também no domingo, Lula se emocionou ao falar de sua internação e disse ter ficado assustado. Agradeceu a Deus por ter cuidado dele, citando situações anteriores em que sua saúde ficou em risco, como quando teve câncer em 2011 e seu avião teve um problema no México.

“Eu nunca penso que vou morrer, mas eu tenho medo”, afirmou o presidente, que disse ter ficado assustado com o quadro que levou à cirurgia de emergência na terça-feira (10).

O petista disse que estava cortando as unhas das mãos, em outubro deste ano, quando caiu e se machucou. “A única surpresa que eu tive é que eu achei que estava curado [depois da queda]”.

VICTÓRIA CÓCOLO / Folhapress

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