Os bancos Bradesco BBI, Citi e BTG Pactual começaram a divulgar projeções sobre os índices de reajuste para planos de saúde individuais em 2025. As estimativas indicam um aumento entre 5,6% e 6,8% e são baseadas em dados financeiros recentes da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), nos indicadores do setor até o terceiro trimestre e no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de novembro.
O Bradesco BBI prevê o maior reajuste, de 6,8%, alinhado ao índice aplicado em 2024, que foi de 6,91%. Já o Citi projeta um aumento de 6,5%, enquanto o BTG Pactual estima uma alta de 5,6%.
Todas as previsões esperam um número menor que o do ano passado. O índice autorizado pela ANS para os planos individuais em 2024, vigente de maio deste ano até abril de 2025, foi de 6,91%. Em anos anteriores, os reajustes foram de 9,63% em 2023 e 15,5% em 2022, refletindo a pressão inflacionária e o aumento dos custos médicos no período.
Impactos no setor
Os analistas do Bradesco Márcio Osako e Valéria Parini dizem que um reajuste próximo a 6,8% pode ser desfavorável para operadoras como a Hapvida, cuja receita depende em 24% de planos individuais. O cenário limita a redução da sinistralidade (que mede os custos conforme o uso do plano), especialmente em um contexto de alta dos custos médicos.
O BTG ressalta que a inflação em internações e emergências nos últimos 12 meses foi de 6,69%, com as cidades de São Paulo, Recife e Belo Horizonte registrando as maiores altas. Custos com consultas médicas subiram 6,67%, enquanto exames de imagem apresentaram aumento de 5,19%.
Atualmente, a ANS define o teto de reajuste anual com base no IVDA (Índice de Valor das Despesas Assistenciais) e no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O IVDA, que reflete 80% do reajuste, mede a oscilação nos gastos dos usuários com serviços de saúde. Os 20% restantes consideram o IPCA, índice oficial da inflação no país, garantindo que o cálculo acompanhe tanto os custos do setor quanto o cenário econômico geral.
GUSTAVO GONÇALVES / Folhapress