SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A atriz Regina Duarte, 77, diz ter adorado o filme “Ainda Estou Aqui”, protagonizado por Fernanda Torres, 59. No longa, pré-indicado ao Oscar na categoria Melhor Filme Internacional, Fernanda é Eunice, mulher do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar.
Em participação no podcast Se Lig, Regina elogiou a atuação, a direção e o resultado do longa. E falou que até deu vontade de fazer cinema. O comentário poderia passar despercebido não fosse o retrospecto dela com relação ao tema.
Em maio de 2020, a então secretária especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro (PL) minimizou as mortes ocorridas no período em entrevista à CNN Brasil.
“Houve tortura. Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Não quero arrastar um cemitério de morte nas minhas costas. Sou leve, estou viva! Vamos ficar vivos! Para que olhar para trás?”, disse.
“Tem que olhar para a frente, tem que amar o país. Ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 1960, 1970, 1980? Gente, vamos para frente.” E completou cantando “Pra Frente Brasil”, jingle da seleção brasileira durante a Copa do Mundo de 1970.
Pelas redes sociais, parte dos internautas criticou a postura da atriz. “Ela não entendeu o filme”, disse uma seguidora. “Ela deve sentir falta. Viu as portas se fecharem depois dos posicionamentos que tomou. Chega uma hora que a ficha cai”, opinou outra.
“Talvez esteja tentando se redimir por estar sendo ignorada até por ex-colegas de trabalho no teatro, TV e cinema”, postou outro internauta.
Regina também foi uma das artistas que apoiaram os atos antidemocráticos que se espalharam pelo país depois da vitória de Lula, em 2022.
“Estes encontros como o de hoje, pacíficos, recheados da santa paz de Deus, carregados daquela troca de sorrisos de reconhecimento tribal são sempre uma festa. Fico emocionada”, escreveu ela no Instagram na época.
LEONARDO VOLPATO / Folhapress