Campanha reforça a necessidade de doação de sangue durante a pandemia

Hematologista alerta que o volume de doações reduziu em mais de 50% nos últimos meses; no domingo (14) é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue

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Hemocentro de Ribeirão Preto - Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

A campanha “Junho Vermelho”, instituída em razão da comemoração do Dia Mundial do Doador de Sangue, que acontece no próximo domingo (14), busca conscientizar e reforçar a necessidade de doação de sangue durante o período da pandemia da Covid-19.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil menos de 2% da população é doadora de sangue, quando o patamar ideal para atender a demanda seria que pelo menos 3% adotassem a prática.

O hematologista Geraldo Sant’Ana da Cunha Junior, responsável pelo serviço de hemoterapia do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, afirma que nos últimos meses o volume de doações reduziu em mais de 50% em relação ao registrado no período anterior à pandemia.

“A doação é muito importante porque as outras doenças não pararam com a Covid-19. É necessário que as pessoas continuem doando”, afirma Cunha Junior.

Ele esclarece que o sangue doado é importante para a continuidade do tratamento de doenças graves e para o atendimento de pacientes em estado grave nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).

“O sangue doado é fracionado em hemocomponentes, que mantém a roda dos tratamentos médicos girando. Sem eles, principalmente, as cirurgias e as quimioterapias seriam prejudicadas, seja com atraso ou mesmo com a suspensão. Sem contar os pacientes graves em Unidades de Terapia Intensiva, que teriam seu tratamento prejudicado”, ressalta Cunha Junior.

Prevenção

O médico também reforça que o processo de doação é realizado de forma segura e rápida, mas que os doadores precisam adotar as medidas de prevenção como em qualquer outra situação neste período de pandemia.

“Para as doações foram feitas alterações para que menos pessoas sejam atendidas em um mesmo momento, colaborando para o distanciamento. Além disso, vale reforçar que 100% do material durante doação é estéril e descartável. Outra possibilidade é agendar a doação”, orienta Cunha Júnior.

Quem pode doar

– Pessoas em boas condições de saúde com idade entre 16 (autorização do responsável) e 69 anos (sendo que a primeira doação deve ter sido realizada até os 60 anos);

– Pesar no mínimo 50 kg;

– Estar devidamente alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação);

– Apresentar documento original com foto, legível e emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social);

– Pessoas que tiveram diagnóstico clínico ou laboratorial de infecção pelo SARS-CoV-2, serão consideradas inaptas à doação por um período de 30 dias após completa recuperação;

– Doadores que tiveram contato com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico ou laboratorial de SARS-CoV-2 ou estiveram em isolamento, nos últimos 30 dias, são considerados inaptos por até 14 dias.