Junção da Gol e da Azul está mais próxima do que nunca e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A junção da Gol e da Azul está mais próxima do que nunca, empresas estrangeiras salvam as carteiras de alguns brasileiros e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (10).

**AZUL + LARANJA = GOL?**

Os rumores de uma possível fusão entre Gol e Azul impulsionaram as negociações dos papéis das empresas na bolsa. No fechamento do pregão de ontem, as ações da primeira viram alta de 9%, enquanto as da segunda subiram 0,9%.

DEIXA EM OFF

A elaboração de um memorando de entendimentos –documento que selaria a união das empresas– foi noticiada pelo jornal Valor Econômico e confirmada à Folha por fontes familiarizadas com o assunto.

Procuradas, Gol e Azul não quiseram comentar o caso.

ASSUNTO ANTIGO

Não é novidade que as empresas negociam uma união. O contrato quase saiu no final do ano passado, mas foi atrapalhado pela protocolização do plano de reestruturação judicial da Gol nos EUA, em dezembro.

Detalhei esse processo na edição de 11 de dezembro da newsletter, que você lê clicando aqui.

Um resumo: a Gol insinua uma possível fusão como parte do plano para melhorar sua saúde financeira.

CONSERTANDO O COFRINHO…

Na semana passada, as duas companhias aéreas fecharam acordos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Receita Federal para regularizar dívidas tributárias que somavam R$ 7,5 bilhões.

Na operação, deram garantias como slots aeroportuários, espaços de mídia nos aviões, contratos com o Poder Público, partes e motores de aeronaves.

…QUE ESTAVA QUEBRADO

Juntas, as duas acumulavam prejuízos de R$ 57,6 bilhões até o fim do primeiro semestre de 2024, de acordo com os balanços trimestrais de ambas.

Naquele momento, as dívidas significavam que os ativos totais das empresas não eram suficientes para honrar todos os seus compromissos.

Com o protocolo de recuperação judicial da Gol em andamento e a junção das operações, o cenário pode mudar.

**ACONTECE NOS EUA, ACONTECE NO BRASIL**

Entre os 33 índices da bolsa de valores brasileira, a tal da B3, o BDRX foi o que mais subiu em 2024: 70,6%, segundo levantamento feito pela Elos Ayta Consultoria, a pedido da Folha de S.Paulo.

O QUE É?

Um índice onde negociam-se certificados de empresas do exterior no Brasil. Você compra e vende uma espécie de simulação de papéis de companhias que têm o capital aberto em bolsas do exterior, chamados BDRs.

O BDRX tem 152 ações de empresas estrangeiras como Coca-Cola, Colgate, McDonalds, Apple, Amazon, Netflix, Nike e Spotify.

O QUE EXPLICA?

Com o dólar nas alturas –acumulou alta de 27% em 2024– os investidores foram atraídos para papéis que estivessem atrelados ao dólar, como forma de tentar mitigar as perdas no mercado local.

O Ibovespa, índice que reúne as principais ações da bolsa brasileira, acumulou uma desvalorização de 10,3%, pior desempenho desde 2021.

“Quando o dólar se valoriza e as grandes empresas globais performam bem, os investidores locais colhem esses frutos de forma direta”, comentou Einar Rivero, sócio da Elos Ayta.

MAR VERMELHO

BDRX é um dos três B3 que fecharam 2024 com valorização. Os outros 30 terminaram o ano com perdas.

Os outros dois foram o Ibov B3 Estatais, que reúne ações de estatais e subiu 16,4%, e o INDX, que engloba papéis de indústrias e teve ganho de 14,5%.

Em 2023, todos os índices tiveram valorização, em parte devido à queda dos juros –que voltaram a subir no final de 2024.

SEM DEFESA

Existem alguns papéis que os investidores costumam usar de “escudo” para suas aplicações. São ações de baixa volatilidade, que não geram muitos ganhos e seguram as perdas.

O setor elétrico é um dos principais defensivos: é difícil que a demanda por energia caia e a manutenção dos equipamentos, em geral, muda pouco de valor.

São empresas que têm poucos prejuízos e uma boa estabilidade nos ganhos. Nem elas se salvaram: o índice que reúne papéis de energia, gás e saneamento, caiu 7,12%.

**RESSACA FORA DE MODA**

Uma tendência que surgiu nas redes sociais está começando a pautar a indústria das bebidas. O “dry january” desafia usuários a passar o primeiro mês do ano sem consumir álcool.

NEM REFRIGERANTE, NEM SUCO

As vendas globais de cervejas, vinhos e destilados não alcoólicos chegaram a quase US$ 20 bilhões (cerca de R$ 120,8 bilhões) em 2023, segundo os dados mais recentes do Euromonitor, o dobro do valor de cinco anos atrás.

O mercado cresceu mais do que o de bebidas alcoólicas naquele ano –o de bebidas sem a toxina cresceu 20%, enquanto o com, 8%.

No Brasil, foram cerca de 480 milhões de litros cerveja sem álcool ou com baixo teor alcoólico em 2023, um crescimento de 24% em relação ao ano anterior.

GERAÇÃO SAÚDE?

O aumento do interesse pelas tendências “wellness”, ou seja, voltadas ao bem-estar e à saúde, também impulsiona esse crescimento.

↳ Segundo especialistas, não há dose segura de álcool para o seu corpo.

SEM GALHO

Essa tendência não é uma ameaça para a indústria do álcool, a empresa de consultoria Gallup. Os consumidores que compram essas bebidas não seriam os mesmos que compram as bebidas comuns –não há canibalismo entre os negócios.

As vendas de álcool atingiram US$ 1,8 trilhão globalmente em 2023, e não estão em trajetória de queda.

NOVAS OPÇÕES

A Diageo, dona da Johnnie Walker, Smirnoff, Tanqueray e outras, passou dois anos experimentando 400 receitas diferentes para uma versão sem álcool do rum Captain Morgan Spiced Gold.

A LVMH, que produz o champagne Möet & Chandon, investiu na French Bloom, uma marca de vinhos espumantes sem álcool.

Segundo a corretora Bernstein, a cerveja representa 89% das vendas das bebidas sem álcool e os vinhos e destilados, 7% e 4%, respectivamente.

A Heineken usa sua marca 0 álcool para patrocinar a Fórmula 1. A Corona também lançou sua versão zero, que patrocinou as Olimpíadas de Paris.

**PARA VER**

Take Your Pills

Netflix, 87 minutos.

Se você já se sentiu pressionado para ser mais produtivo, mas sem energia para fazer mais, não está sozinho.

Foram sentimentos parecidos com este que fizeram pessoas de diferentes idades procurarem medicamentos que ajudassem a aumentar a performance da mente a despeito do cansaço.

O documentário “Take Your Pills” (sem título em português, mas há legendas na plataforma), da Netflix, fala sobre o consumo exacerbado de medicamentos destinados a pessoas com transtornos de atenção.

Ele aborda diferentes formas de como a pressão por uma produtividade acima dos limites do corpo criou uma economia paralela de medicamentos: a venda de receitas e de remédios em universidades e empresas.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

ECONOMIA

Governo vetará tudo que afete meta fiscal no socorro a estados, diz Haddad. Ministro da Fazenda reconheceu que proposta pode ter impacto sobre finanças estaduais e federais.

RECEITA FEDERAL

Receita Federal não vai taxar Pix acima de R$ 5.000 mensais; entenda novas regras. Fisco afirma que objetivo é melhorar monitoramento financeiro, e não criar novos impostos.

MERCADO

Bozzano recolhe lotes de gel de cabelo com altos níveis de bactéria. Consumidores devem fazer a interrupção imediata de uso do produto; substância pode agravar casos infeciosos.

LUANA FRANZÃO / Folhapress

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