Acre decreta situação de emergência em saúde pública após registrar mais de 4.000 casos de dengue

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governo do Acre decretou, nesta quinta-feira (9), situação de emergência em saúde pública devido ao aumento de casos de dengue.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do estado, de 2024 até a primeira semana de 2025, foram confirmados 4.036 diagnósticos e a morte de uma criança de 9 anos, em dezembro. Outros dois óbitos ainda estão em investigação.

Ao todo, o Acre contabiliza 6.346 casos prováveis da doença. O número é 19,3% maior que o registrado no mesmo período de 2024, com a confirmação de um óbito. No dia 8 de dezembro, menino Felipe Mota, de 9 anos, morreu com suspeita de dengue grave em Cruzeiro do Sul, no interior do estado.

O número de casos de chikungunya apresentou um crescimento ainda mais acentuado, de 411,9%, passando de 59 para 302 casos prováveis. O zika vírus, por sua vez, teve um aumento de 49,5%, somando 173 casos prováveis.

O decreto busca mobilizar recursos financeiros e apoio federal para fortalecer a infraestrutura e garantir atendimento à população. A medida tem duração de 90 dias e inclui treinamento de equipes e distribuição de insumos necessários para o controle do mosquito transmissor Aedes aegypti, especialmente em áreas críticas.

O secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, explicou que a decisão foi tomada em virtude da crescente demanda nas unidades hospitalares e da previsão de um pico de casos nas próximas semanas.

De acordo com Pascoal, dos pacientes diagnosticados com a doença, 24 evoluíram com sinais de alarme e precisaram de hospitalização.

“Atualmente, 11 municípios estão em situação de risco por causa da doença, com mais de 4.000 casos confirmados, dos quais 24 necessitaram de intervenção hospitalar. Infelizmente, tivemos um óbito no final do ano, uma criança de 9 anos em Cruzeiro do Sul, e outros dois óbitos estão em investigação”, disse o secretário.

Das 11 cidades, as mais afetadas são Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Epitaciolândia, que concentram o maior número de notificações.

Na capital Rio Branco, a prefeitura informou que um plano de contingência foi elaborado e que o combate à dengue conta com a participação de diversos órgãos.

Desde dezembro, a cidade passou a realizar um mutirão de limpeza contra focos de larvas do mosquito Aedes aegypti, para reforçar a mobilização contra a doença durante o inverno.

Outro fator de atenção é o possível ressurgimento do tipo 3 do vírus da dengue, que não circulava no Brasil há 17 anos e voltou a circular no país. De acordo com o Ministério da Saúde, foi detectado em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Não foram detectados casos no Acre, mas a Secretaria Estadual de Saúde afirma que pretende agir de forma preventiva para impedir a circulação.

As autoridades enfatizam a necessidade de colaboração da população para evitar a proliferação do mosquito, eliminando recipientes que possam acumular água, além de receber os agentes dos órgãos de vigilância sanitária que atuam nas residências para controlar a reprodução do Aedes aegypti.

A orientação é procurar atendimento médico ao perceber sintomas das arboviroses. A Secretaria de Saúde do Acre recomenda que a população deve priorizar as unidades de referência de atenção primária, unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento para casos de sintomas leves e moderados, reservando o Pronto-Socorro de Rio Branco para situações graves.

Outra medida preventiva em curso no Acre é a vacinação contra a dengue. O estado ainda possui estoque da vacina Qdenga, indicada para adolescentes de 10 a 14 anos. Os jovens dessa faixa etária podem se dirigir aos postos de vacinação para se imunizar, contribuindo para reduzir o impacto da doença na população.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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