SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A China terminou 2024 com um recorde de exportações e atingiu pela primeira vez o patamar de 25 bilhões de yuans (R$ 20,81 bilhões), um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior, de acordo com informações de órgãos estatais.
Já as importações subiram 2,3% e foram a 18,39 bilhões de yuans (R$ 15,3 bilhões), segundo os dados divulgados pela emissora de televisão estatal CCTV nesta segunda-feira (13).
A divulgação acontece uma semana antes de o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tomar posse. O republicano já afirmou que deve criar uma tarifa de 10% para os produtos importados da China, em um momento que a segunda maior economia do mundo dá sinais de recuperação.
Em dezembro, as exportações aumentaram 10,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostraram os dados da alfândega. Em novembro, a alta havia sido de 6,7%.
As exportações têm sido um motor de crescimento vital para a economia chinesa, que ainda está sobrecarregada por uma crise imobiliária prolongada e pela confiança instável do consumidor.
As importações surpreenderam positivamente e subiram 1% , tendo o desempenho mais forte desde julho de 2024. Economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters esperavam um declínio de 1,5%.
Além da ameaça de Trump, a China também enfrenta uma guerra comercial com a União Europeia, que anunciou tarifas de até 45,3% sobre os veículos elétricos chineses.
“A antecipação do comércio tornou-se mais visível em dezembro como resultado dos efeitos do Ano Novo Chinês e da posse de Donald Trump”, afirmou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. O maior festival da China vai de 28 de janeiro a 4 de fevereiro.
“O crescimento das importações pode ser sustentado pela estocagem de commodities, como cobre e minério de ferro, como parte da estratégia (da China) de ‘comprar na baixa'”, disse.
O superávit comercial da China aumentou para US$ 104,8 bilhões em dezembro, em comparação com os US$ 97,4 bilhões de novembro. Seu superávit comercial com os EUA subiu para US$ 33,5 bilhões no mesmo período.
O resultado animou integrantes do governo. “A posição da China como líder mundial em matéria de comércio está mais fortalecida”, afirmou o vice-ministro da Administração Geral da Alfândega, Wang Lingjun.
Redação / Folhapress