SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma carta do presidente afastado da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol foi publicada na sua página no Facebook nesta quarta-feira (15), horas depois de o líder ser preso para interrogatório.
Nela, Yoon defende a decisão de declarar lei marcial que o levou a sofrer um impeachment, segundo ele “uma medida para proteger a soberania e restaurar a ordem”.
“Foi uma resposta necessária para garantir que nossa democracia e o governo funcionassem adequadamente durante este período turbulento”, afirma o líder, acrescentando que a atuação dos militares naquele momento “foi limitada e precisa” e não violou princípios constitucionais.
Durante o breve período em que a lei vigorou, tropas tentaram invadir o Congresso para impedir que ela fosse votada. A investida fez o prédio ser palco de embates entre assessores munidos de extintores de incêndio e os militares, numa amostra do caos no qual o país mergulhou após o decreto.
Além disso, as forças disseram ter recebido ordem de retirar parlamentares do plenário e autorização para disparar para entrar no local se necessário.
As determinações a princípio foram atribuídas ao ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun que renunciou no dia seguinte à lei marcial e assumiu “total responsabilidade pela confusão”, tendo sido preso logo depois dela. Mas um comandante do Exército depois disse que elas tinham partido do próprio presidente afastado.
Yoon também teria ordenado ao chefe de contraespionagem da Defesa, general Kwak Jong-keun, que “entrasse rapidamente” no Parlamento, uma vez que o quórum necessário para suspender a lei marcial não havia sido alcançado. “Entre rapidamente e remova as pessoas de dentro da Câmara, arrombe as portas com um machado, se necessário, e arraste todos para fora”, teria dito o então presidente.
A despeito da ação dos militares, os deputados conseguiram se reunir naquela mesma noite e derrubar a lei marcial em uma votação. Dias depois, aprovaram o impeachment de Yoon. O Tribunal Constitucional agora julga a validade da decisão, e tem 180 dias para determinar se removerá o presidente afastado do cargo ou restaurará seus poderes.
Redação / Folhapress