BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco Central publicou em suas redes sociais nesta quarta-feira (15) um vídeo em que desmente as fake news sobre a taxação do Pix usando a música sertaneja “Descer pra BC”, que viralizou no final de 2024.
Na postagem, a autoridade monetária reforça que são falsas as declarações que afirmavam que a modalidade de pagamento seria taxada, fazendo trocadilhos com a letra da música da dupla sertaneja Brenno e Matheus. Originalmente, a canção faz alusão a Balneário Camboriú.
“E aí, meus adoradores de ET? Meus amantes de uma teoria da conspiração e caçadores de tarifa em serviço de pagamento de graça”, diz a narração do vídeo. “BC sincero na área ‘full pistola’ porque vocês decidiram descer pra BC no comecinho do ano com essa lorota de que o Pix vai ser cobrado. Nada muda nas regras do Pix, bebê.”
A postagem foi feita após a repercussão das informações que impactaram no governo federal. Um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) falando sobre o tema superou 216 milhões de visualizações, o que o levou a ultrapassar o número de seguidores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Instagram.
O vídeo, no entanto, vem recebendo reação negativa nas redes, com usuários no Instagram e no X (ex-Twitter) criticando a postagem da autoridade monetária.
O economista e ex-BBB Gil do Vigor, por exemplo, retuitou o post do Banco Central afirmando que o vídeo “não é uma comunicação transparente e séria”.
“O Banco Central de um país como o Brasil, que possui uma importância significativa na economia mundial, não pode se comunicar dessa forma. Muito errado! Comunicar com a população não significa fazer o que vocês estão fazendo”, disse.
A postagem do influenciador teve mais de 20 mil curtidas, contra 4.000 do post original da autoridade monetária.
Nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo vai revogar a norma da Receita Federal, alvo das fake news, que amplia a fiscalização sobre transações de pessoas físicas via Pix que somarem ao menos R$ 5.000 por mês.
Para Haddad, a principal fonte divulgadora da desinformação foi a oposição. “O impulsionamento, sem dúvida, é deles”, disse.
Mais cedo, o ministro também negou uma diminuição do uso do Pix em janeiro depois da veiculação das notícias falsas sobre o tema. Sobre as transações para o período, o Banco Central informou que a movimentação nos dois últimos meses está dentro da variação sazonal de início de ano.
MARIANA BRASIL / Folhapress