Uma mulher, coordenadora de um projeto de canoagem para crianças autistas, que acontece na cidade de Santos, litoral paulista, é investigada pela Polícia Civil por estelionato. Até o momento, quatro vítimas, mães dos participantes, registraram boletim de ocorrência. A acusada já compareceu à delegacia.
A corporação tomou conhecimento sobre o caso no dia 30 de novembro de 2024, quando as mães deram queixa sobre os golpes sofridos pela coordenadora do projeto Mar da Igualdade, que também diz ser a idealizadora e responsável.
As atividades acontecem de forma quinzenal, na praia do Canal 7, em Santos, e o projeto social já chegou a ter 120 alunos, número que diminuiu conforme a coordenadora ia fazendo vítimas.
Foram apresentados dois pen-drive com “provas” para a autoridade policial, que em breve serão anexados aos autos do processo. O delegado responsável pelo caso instaurou um inquérito pois há indícios de estelionato de forma reiterada, visto que, a ONG nunca se quer foi registrada, “o que caracteriza o engodo e voluntariedade da investigada em solicitar dinheiro para as vítimas sem qualquer perspectiva de ressarci-las”.
Os golpes eram realizados de diversas formas, sempre envolvendo dinheiro, e fazendo ‘dívidas’ com as mães das crianças. Uma delas relatou que emprestou ao todo, R$ 7 mil para a mulher, que justificou que iria comprar um remo para o projeto, além de outros materiais náuticos. O valor, porém, nunca foi empregado para os fins informados.
Quando a mãe começou a solicitar prestação de contas, a coordenadora se comprometeu em paga-la em três vezes, o que nunca aconteceu. Ela foi excluída do grupo do WhatsApp e seus filhos foram excluídos do projeto, dificultando o acesso à outras mães também lesadas. As histórias das outras vítimas eram similares.
A investigada compareceu à 1ª Delegacia da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, na última quarta-feira (29), junto com seu advogado, e optou por nada declarar.



