Nesta sexta-feira (26), o comitê de cientistas especializados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que registrou e confirmou dois novos recordes mundiais para a maior distância relatada e a maior duração para um único relâmpago.
“A maior extensão do mundo para um único raio cobriu uma distância horizontal de 709 km no sul do Brasil em 31 de outubro de 2018”, relatou a entidade. “Isso é equivalente à distância entre Boston e Washington DC ou entre Londres e a fronteira da Suíça perto da Basileia”, argumentaram os cientistas. O grupo contou com a participação de Rachel Albrecht, da Universidade de São Paulo (USP), além de especialistas chineses, americanos e europeus.
Novas tecnologias de imagens
O novo recorde foi registrado graças às recentes tecnologias de imagens de satélite, duas vezes maiores que os valores anteriores medidos nos Estados Unidos da América e na França.
O comitê revelou ainda que, além do “record” brasileiro, a OMM ainda registrou outro: a maior duração para um único relâmpago, com 16,73 segundos de um raio que se desenvolveu sobre o norte da Argentina em 4 de março de 2019.
“Estes são registros extraordinários de eventos de relâmpagos únicos. Os extremos ambientais são medições vivas do que a natureza é capaz, assim como o progresso científico em poder fazer tais avaliações. É provável que ainda existam extremos ainda maiores, e que seremos capazes de observá-los à medida que a tecnologia de detecção de raios melhora”, comentou o professor Randall Cerveny, um dos dirigentes da OMM.
Para ele, as informações são “valiosas para estabelecer limites à escala dos raios -para a engenharia, segurança e preocupações científicas”.
Recordes anteriores
O recorde anterior para a maior distância detectada para um único relâmpago foi de 321 km em 20 de junho de 2007, no estado norte-americano de Oklahoma.
O recorde anterior de duração foi para um único relâmpago que durou continuamente por 7,74 segundos em 30 de agosto de 2012 sobre Provence-Alpes-Côte d’Azur, França.
A OMM alerta que os raios são um “grande perigo” e as descobertas são imprescindíveis para medidas coletivas de segurança.